Primeiramente, espero que todos os leitores tenham gozado de umas Boas Festas e que tenham entrado de pé direito em 2023. O ano de 2022 terminou de uma forma bombástica, com vários assuntos que geraram controvérsia, estando a transferência do futebolista Cristiano Ronaldo para o clube árabe Al Nassr (e o seu salário astronómico) no top da viralidade. Mas e para 2023... o que se espera que mude, que evolua, e que aconteça, acima de tudo? Este é o mote para o presente artigo.
Iniciando pelo tópico do emprego, e tendo em mente as alterações trazidas pela pandemia da Covid-19, nomeadamente as modalidades de teletrabalho e trabalho híbrido, as organizações vêm a necessidade de requalificar os seus colaboradores como forma de proporcionar não só a sua, como a evolução dos colaboradores, a fim de reterem o talento.
Dado o aumento do custo de vida, assiste-se a uma massificação do teletrabalho e do trabalho híbrido como forma de combater os custos ao nível do regresso presencial aos escritórios e postos de trabalho. Estas formas de trabalho podem, muitas vezes, trazer desconfianças às empresas, principalmente no que toca a questões de produtividade do colaborador. Simon Roderick, managing director dos serviços financeiros da Fram Search, recomenda um ajuste no desenrolar do trabalho remoto, sugerindo o aumento da “vigilância” dos trabalhadores à distância. Já Paul Silvergate, o vice-presidemte da área tecnológica da Delloitte US, refere que a tecnologia, o redesenho do escritório e a sustentabilidade vão continuar a impulsionar o trabalho híbrido ao longo deste ano, através de tecnologias como a realidade virtual. Encerrando este tema, não se pode deixar de salientar a questão da “Semana de Quatro Horas”, um modelo que foi utilizado em 2022, tendo ganho força, com várias empresas privadas a adotá-lo. Esta abordagem permite um melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal dos colaboradores.
Partindo para a tecnologia, destaca-se a ascensão do Metaverso, um espaço coletivo 3D partilhado, criado pela convergência de uma realidade física e digital virtualmente melhorada. Segundo a Gartner, assistiremos a uma economia virtual própria, alavancada pelas moedas digitais e os NFT (Non-fungible tokens). A mesma prevê que até 2027, mais de 40% das grandes organizações no mundo, utilizarão uma combinação da Web3, da realidade aumentada na cloud e dos gémeos digitais nos seus projetos. O surgimento das superaplicações, que combinam as caraterísticas de uma aplicação, uma plataforma e um ecossistema numa única peça de software. Esta abordagem oferece a possibilidade de terceiros desenvolverem e publicarem as suas próprias miniaplicações, sendo previsto que até 2027, mais de 50% da população mundial será utilizadora diária destas soluções. A sustentabilidade também se enquadra na tecnologia, na medida em que que a mudança ambiental e social é agora uma das principais prioridades das empresas. São necessários maiores investimentos em soluções inovadoras para cumprir os objetivos de responsabilidade social. Isto requer um novo quadro tecnológico que aumente a eficiência energética e material dos serviços de Tecnologias de Informação (TI), permita a rastreabilidade, análise, energia renovável e inteligência artificial (IA), e implemente soluções de TI, com o intuito de ajudar os clientes a atingir os seus próprios objetivos.
Ao nível do lifestyle, e começando pelas viagens, é de salientar o aumento da valorização do turismo doméstico pelos consumidores, sendo esperado para 2023 que os destinos domésticos quentes e à beira-mar sejam os mais desejados pelos portugueses: Quarteira, Lisboa. Porto e Albufeira. Já numa vertente internacional, é de sublinhar destinos como Paris, Londres, Amesterdão, Nova Iorque, Roma e Barcelona. Para a realização destas viagens, são procurados alojamentos em aplicações móveis, que apresentam propostas de atraentes a um preço mais acessível, como é o caso da Airbnb. Já em termos de fitness e bem-estar, têm surgido novas modalidades que suscitam a vontade da experimentação, como é o caso do Bouldering (escalada que não requer o uso dos equipamentos de segurança tradicionais), do Barre (uma junção de elementos da dança, pilates e yoga), para além do aumento da prática do indoor cycling, muito motivado pelo aparecimento em massa de novos ginásios, podendo até ser praticado em casa, não deixando de parte as inovações tecnológicas cada vez mais recorrentes.
Que mais tendências estão previstas para 2023? Um assunto tão abrangente que até poderia dar aso a outro artigo, quem sabe...