De mente embargada, não sei o que dizer e, então com o raciocínio de portas fechadas, pior. Ter alguma noção para abordar este tema, não é fácil e o recurso acaba, sempre, por ser o pensamento, só que o pensamento também dói e, quando como agora, a dor é forte, não é simples e tudo se complica.
Nada pior p'rá vida, que não a morte e mesmo que se defenda haver vida depois da morte, a morte, no modo em que é vivida, será sempre a forma hábil de pôr fim à vida. É uma lei implacável, contra a qual não há remédio, nem mesmo o que contrarie o austero princípio, que devia ser sagrado, de incluir a precocidade no tempo de vida dos elementos de uma família.
Foi, de coração esfrangalhado, como fiquei, depois de me ter batido à porta a desgraçada noticia da morte de Roberto Leão, o meu querido amigo Roberto. Uma verdadeira tragédia, foi o que foi este acontecimento. Ninguém está preparado para aceitar o inacreditável e, muito menos, quando, o que está em causa, diz respeito a um jovem de 37 anos, que respira saúde pelos poros e tem uma vida inteira à sua frente. Não existe saudade mais eterna do que aquela que nasce com lutos como este e exemplos não faltarão por aí, infelizmente, mas o pior é que, com eles e de forma definitiva, fica, também, o sentimento de incompreensão e revolta, que arrepia, tolhe e escurece, toda uma vida de quem resta por perto, principalmente dos PAIS.
Solidariedade na dor e o nosso coração está convosco, queridos amigos Deolinda e Nando Leão. Ao seu mano Filipe, à restante família e imensidão de amigos, sentidos pêsames. Quem não desaparece do pensamento é imortal e Roberto nasceu para o ser.