Nos tempos que correm (e cada vez mais), a educação tem sido um assunto digno de discussão e importância entre as diversas gerações. Uns defendem, numa ótica de “Velho do Restelo” a ideia de ser somente algo de “andar a passear os livros”, falando muito da “Escola da Vida”; outros procuram fazer ver que é necessário existir uma educação sólida (independentemente da área) para haver a possibilidade de fazer o concelho de Santa Maria da Feira (SMF) andar para a frente, o futuro, os líderes do amanhã.
Ambos os pontos de vista são discutíveis, e tem vantagens e desvantagens. Desta forma, o foco está em perceber o que SMF tem e o que pode oferecer, que contribua para um percurso académico sólido.
Atualmente, ao nível do Ensino Básico, totaliza pontos de educação localizados de uma forma rica e diversificada (Escolas António Alves de Amorim / Escolas Coelho e Castro / Escolas de Argoncilhe / Escolas de Arrifana / Escolas de Canedo / Escolas de Corga do Lobão / Escolas de Paços de Brandão / Escolas de Santa Maria da Feira / Escolas Fernando Pessoa). Até aqui, tudo bem!
O Ensino Secundário vem enriquecer e manter o “nível” até aqui imposto: dispõe de cursos de natureza científico-humanística abrangentes (Línguas e Humanidades; Artes Visuais; Ciências Socioeconómicas; e Ciências e Tecnologias), sem descorar a componente profissionalizante, contando com cursos nas áreas de artes, contabilidade, desporto, gestão, hotelaria, informática, multimédia, restauração e saúde.
Já no que diz respeito ao Ensino Superior, a cantiga já é outra...
O concelho possui, somente, uma instituição de Ensino Superior, o ISVOUGA (Instituto Superior entre o Douro e o Vouga). A faculdade dispõe de cursos inseridos em três graus: CTeSP (Curso Técnico Superior Profissional, o antigo CET), Licenciatura e Mestrado; para além de Pós-Graduações e um MBA. O foco está nas áreas da Contabilidade, Gestão, Marketing e Turismo (e as Ciências de Comunicação, a Saúde, ...onde estão?). Junta-se o facto de ser de caráter privado, o que implica maiores quantias financeiras para a frequência e realização dos cursos, algo que não está acessível a uma grande parte da população de SMF (e arredores).
Solução? A migração para as grandes cidades, nas proximidades: Aveiro, Braga, Coimbra e Porto (essencialmente). Para além da diversidade em termos da oferta formativa, muitas das instituições são públicas, que premeiam o mérito do estudante ao invés da sua posição financeira, podendo afirmar, com uma grande certeza, que a educação e formação dada não fica (nada) aquém da dada no privado (para mais informações, consulte edurank.org).
Implicações para SMF? A potencial perda de mão-de-obra qualificada, uma vez que os estudantes procuraram ficar nas cidades onde se formaram, dada o maior número de oportunidades profissionais, impulsionada pela dimensão geográfica das mesmas.
Posto isto, é crucial que os órgãos responsáveis pela educação em SMF pensem neste assunto, não como algo destrutivo e crítico, mas sim como uma forma de oportunidade de enriquecimento do mui nobre concelho de SMF.