Não é novidade!... Há muito tempo, já, que o sabíamos. A notícia do momento refere uma SMV (subvenção mensal vitalícia = pensão a cada 30 dias "ad aeternun") e que resulta de uma lei aprovada pela Assembleia da República, quase há 4 décadas, forjada nas costas de quem os elege, sem votos contra, admite-se, e que é do estrito interesse dos titulares de cargos políticos, nomeadamente membros do governo, deputados da Assembleia da República e Juízes do Tribunal Constitucional.
E mais!.. o valor duplica aos 60 anos de idade, de mão beijada, sem que, para tal, tenham feito qualquer desconto. São 304 os eleitos, mas podiam ser, hoje, um “exército sem fim”, não fosse a iniciativa do governo de Sócrates, que em 2009 cortou, cerce, o abuso da sua continuidade, para quem, a partir daí, tivesse condições para tal benesse.
E mais!...Se há regra de cálculo que define, com precisão, o valor atribuído a quem inicia o gozo desse direito, deixa, depois, de existir e, se existe, também não se conhece.
É que o aumento de 128%, referido num dos casos, que transforma, para os actuais 4.590 euros, o valor de uma pensão, de 2014 euros, atribuída em 2003, é exemplo, relativamente ao qual o Ministério da Segurança Social não dá explicação.
Concluindo, com esta patranha - perdoem-me os mais sensíveis à “força” do vocábulo - passaram a existir, a partir de 1985, 2 modelos importantíssimos:
o primeiro, “atingindo” os antigos políticos (membros do governo, deputados da Assembleia da República e Juízes do Tribunal Constitucional, que não sejam magistrados de carreira, a quem bastou o exercício do cargo ou o desempenho das respectivas funções, durante 8 anos, consecutivos ou interpolados, independentemente da idade e sem fazerem quaisquer descontos, para ganharem o direito a uma subvenção vitalícia. O segundo, todos os outros, o mundo assalariado, que trabalha e desconta durante uma vida inteira, para receber o menos possível e quanto mais tarde melhor.
A POLÍTICA é a ciência do governo das nações. Ok!....de acordo!..
Mas a política, no sentido figurado, também é “modo de haver-se a fim de obter o que se deseja” e, não deixando de ser urbanidade, também é maquiavelismo, onde não deixa de ser lícito recorrer a todos os meios para atingir os seus fins.
Tão bom que fosse só ciência, da pura.