A nossa espécie Humana tem usufruído de um enorme desenvolvimento tecnológico ao longo das últimas décadas, que se tem traduzido em vários impactos no nosso dia-a-dia, uns mais positivos que outros. E, como num qualquer jogo que envolva algum nível de estratégia, do futebol ao xadrez por exemplo, é vital adaptarmo-nos ao sempre evolutivo desenrolar do referido contexto, pois caso contrário corremos o sério risco de perder o “jogo” existencial das espécies! Infelizmente, a nossa forma de pensar e agir não tem acompanhado tal evolução!
Ao longo da nossa história, abundam os relatos e as provas do que acontece àqueles que não têm a capacidade ou a vontade de evoluir: de uma forma ou outra desaparecem… E, infelizmente, no presente também abundam tais exemplos…
Um exemplo extremo da referida falta de vontade de evoluir é a guerra na Ucrânia. De acordo com as informações que nos têm chegado, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem apoiado a nível bélico os separatistas do Donbass com o intuito de conquistar mais território para a Rússia, em vez de se preocupar em melhorar a qualidade de vida da população russa, recorrendo a táticas retrógradas, diria mesmo primitivas, para o efeito.
Então o que é que isto tem a ver com a (r)evolução fundamental?
E, se já amanhã, todas (ou quase todas) as autoridades a nível global comunicassem que num prazo de 24 horas toda a espécie Humana poderia alcançar um novo patamar da sua própria evolução, e que para tal bastava que cada ser humano superasse três etapas? Será que a grande maioria das pessoas faria esse esforço para alcançarmos uma nova era de esclarecimento e de prosperidade à escala planetária?
Partilho de seguida essas três etapas!
Mentalidade
A mais difícil das três!
Acredito que a maioria das pessoas, nomeadamente em países denominados desenvolvidos, tem acesso a informação que lhes permite perceber quais as alterações que devem implementar no seu dia-a-dia de forma a contribuir para um futuro melhor, mas por fraqueza, comodismo, avareza (…) muitos não o fazem!
Todos devíamos ter uma mentalidade e comportamentos que esperamos, ou mesmo exigimos, de um “jogador de seleção”, pois todos nós esperamos que deem o seu máximo em prol do país que representam. Que bom seria se, desde a pessoa com o trabalho mais humilde até aos mais altos quadros governamentais ou empresariais, todos dessem o seu melhor em prol da Humanidade!
Atualmente, “o caminho certo nem sempre é o mais fácil” passou a “o caminho certo certamente é o mais difícil”, porém é necessário percorrer! Paremos de pensar no “eu” e no “só nós” e pensemos em “nós todos”!!!
Felizmente já existem organizações (e as pessoas que as integram), incluindo privadas, que são geridas em função de objetivos que vão para além da básica rentabilidade do negócio, considerando o seu impacto na sociedade em geral e adotando, por exemplo, os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) das Nações Unidas.
O que interessa alcançar o título de campeão de um qualquer desporto se se recorreu a batota (não interessa a natureza da mesma) para o alcançar? Enganar-se a si próprio? Sei que normalmente há muito dinheiro (e poder) envolvido nesta e noutras atividades, mas é preciso olhar mais, muito mais além…
Um empresário com início questionável, Mark Zuckerberg, que, de acordo com o filme “A Rede”, roubou e enganou para alcançar o que tem hoje, teve e ainda tem a oportunidade de criar uma verdadeira democracia em ambiente digital, mas em vez disso optou por vender os dados da sua rede social a terceiros. Já tem tanto!!! Para quê mais?!
Zuckerberg, Putin e muitos outros indivíduos têm um efetivo poder de ajudar e orientar as pessoas numa direção mais favorável para a Humanidade, mas em vez disso optam por, graças às suas mentalidades medievais (baseadas na sobrevivência ou preponderância básica do “eu”), simplesmente ganharem mais dinheiro e/ou garantir o seu lugar na história.
Somente um esforço máximo de todos, orientado para “o todo”, nos permitirá alcançar a máxima excelência necessária para dar o salto evolutivo!
Coragem
… para reconhecer a necessidade de mudança de mentalidade, para a implementar a nível pessoal e para a divulgar e defender junto dos outros.
É preciso coragem para sair de uma qualquer “zona de conforto”, mais ainda se for reavaliar e modificar os próprios hábitos do dia-a-dia.
É preciso coragem para contrapor uma aparente grande parte da população ou de governantes que não têm a capacidade ou a vontade de dar o seu contributo para a mudança positiva efetiva.
A título de exemplo e ao nível do contexto político nacional, importa referir algumas das causas defendidas pelo Partido PAN (Pessoas - Animais -Natureza), como a causa ambiental e a causa animal. Pessoas e organizações ao anteciparem eventuais alterações ao seu modo de vida ou ameaças à sua fonte de rendimentos em virtude de novas formas de pensar a sociedade, imediatamente se puseram em campo para se oporem (com maior ou menor pudor e fervor) às mesmas. Mas, temos de persistir… relativamente ao resultado das legislativas de 2022 ainda acho que o António Costa foi o que ficou mais surpreso com o resultado!
É difícil, diria mesmo avassalador, remar contra a maré do conformismo e do status quo, mas enquanto houver alguém a acreditar e/ ou a realizar o que deve ser realizado para bem da Humanidade ainda há esperança num futuro melhor!
Determinação
Há algum tempo, ainda antes da pandemia, durante uma viagem de metro no Porto, tive uma pequena conversa com alguém que nem conheço sobre a atitude e comportamento que teve. Em suma, perante uma carruagem já apinhada de gente entrou uma pessoa a dizer à criança, ao adolescente e à outra pessoa adulta que a acompanhava: “empurra que também nos fazem o mesmo”. Depois de pensar breves segundos sobre o sucedido tive que intervir dizendo, entre outras coisas, que “é por causa dessas formas de pensar que as coisas não melhoram no nosso país!”
Este breve exemplo serve para demonstrar como podemos implementar a determinação por uma causa nobre e maior que nós nas nossas vidas!
Não importa onde, nem como, nem com quem, mas se se apresentar uma oportunidade para intervirmos ou sensibilizarmos alguém em prol do futuro da Humanidade, devemos aproveitá-laaté que o objetivoa que nos propomosseja alcançado.
Epílogo
O nosso planeta é um sistema fechado, ou seja, para já e tanto quanto sabemos não temos mais nenhuma ligação direta a outro corpo celeste no espaço, e, por conseguinte, sempre que se verificam desequilíbrios numa determinada zona do mesmo, mais tarde ou mais cedo poderá causar desequilíbrios noutras zonas do planeta ou mesmo a nível planetário.
Retomo o exemplo da guerra na Ucrânia. Se não houvesse guerra, não haveria um fluxo migratório tão grande na Europa como o que se está a verificar, o qual pode vir a criar mais desequilíbrios noutras zonas da Europa...
Assim, urge que cada um de nós opte por superar, o mais rápido possível, as referidas três etapas, para que consigamos inverter a tendência destrutiva na qual nos encontramos: cada um por si e vale tudo para alcançar objetivos individualistas como riqueza, poder ou fama. É gritante o índice de dissonância entre o desenvolvimento tecnológico e a forma como as pessoas pensam e agem em sociedade, baseadas num pseudo instinto de sobrevivência, que muitas das vezes não é mais que um perpetuar do facilitismo sectário promotor da mediocridade e da inconsequência existencial das pessoas.
Caminhamos para o nosso precipício existencial e temos duas opções:
Continuar como até aqui e deixar de existir
Mudar mentalidades e atitudes e criar a possibilidade dos nossos filhos, netos (…) terem um futuro neste PLANETA!
No nosso cantinho à beira-mar plantado e pelas caraterísticas do nosso país, podemos tornar-nosum exemplo civilizacional inspirador para o resto do mundo, bastando para tal que cada português e portuguesa opte por superar as três etapas referidas! Vamos assumir em conjunto este desafio? Não adiemos mais o nosso destino enquanto país, pois ao fazê-lo estaremos a pôr em perigo a própria espécie Humana!
Afinal todos somos somente uma espécie, num pequeno planeta que faz parte de um cosmo infinito!