Demorou, mas está em marcha e, na minha opinião, com gosto, oferecendo aos Feirenses e a quem nos visita um espaço natural de uma nobreza que muitas cidades gostariam de possuir.
Naquele ‘parque’ coexistem há séculos a história de Portugal, da Feira e a natureza.
Lamentavelmente entregue a uma entidade que demonstrou pouco ou nenhum interesse em valorar as suas qualidades intrínsecas, a Câmara da Feira, parece agora empenhada em dar brilho à joia mais bela que o nosso centro histórico possui.
O caminho é para a frente. Aprendamos com os erros do passado na tentativa de os evitar no presente e futuro e por isso prefiro valorizar o que de bom (na minha opinião, repito) está a ser feito naquele espaço.
Convido a uma caminhada, de dia ou de noite, por aquela recente obra, que oferece a todos um espaço incrivelmente lindo. Há elementos urbanos que me parecem úteis, fazendo-nos sentir que aquele espaço está a ser preparado para cada um de nós: auxiliares de manutenção, lugares de repouso, iluminação… acho que a obra ainda não esta terminada.
Além destas preocupações, realizam-se as replantações de várias espécies de árvores, que brevemente oferecerão ao ‘parque’ um panorama mais natural, onde todos vamos gostar de nos perder em passeio. A mim já me acontece durante as ainda poucas caminhadas que ali faço noturnamente, com os meus amigos fiéis. Transportando-me ao passado, outros tempos…
A minha ligação com aquele espaço é de miúdo, já que a última fronteira desse parque eram as ribeiras da Quinta de Santo António, onde cresci e vivi grande parte da minha vida.
Excelente obra. A Câmara está de PARABÉNS e consequentemente os Feirenses.
Nestas primeiras pinceladas, naquele que me parece um quadro muito bonito, passaram, ou passou, torpe ou indivíduo selvagem com instintos criminosos.
Nas primeiras espécies arbóreas, plantadas com todo o cuidado e a pensar em todos nós e no melhor para o meio ambiente, criminoso ou criminosos decidiram assassinar quatro árvores, partindo-as, estrafegando-lhes a vida.
Acto criminoso. Inqualificável!
Que pena que em Portugal não se possa oferecer um prémio a quem detetar crimes como estes. Eu estaria entre os primeiros a oferecer o prémio que levasse ao(s) criminoso(s).
Para os responsáveis que ali trabalham, imagino o choque e o desapontamento. Estou solidário com eles e imediatamente com a nossa Câmara.
Evidentemente que delinquência e irreverências sempre tivemos, independentemente das gerações. Umas mais, outras menos, numas evidenciavam-se mais porque os actos eram imediatamente condenados e sujeitos a penalizações pesadas. Não saiam sem o merecido castigo, que por vezes se julgou ser exagerado.
Não comungo da opinião de que hoje tudo é pior, não é tanto assim e para mim o pior de tudo é a falta de exemplos. Quem tem responsabilidades é parco em exemplos de responsabilidade cívica e respeito pela liberdade e direitos dos outros.
Um ministro sofre um acidente com o seu carro conduzido por um chofer e a primeira coisa que o ministro faz é dizer que o atropelado foi contra o carro que nem era conduzido por ele, mas sim por um motorista. O sacode, sacode, acudindo a sua pele.
A falta de exemplos e as excepções que vamos abrindo, têm sido a chave para abrirmos tal caixinha de Pandora que obrigatoriamente levara a uma sociedade sem rumo.
No último Imaginarius que vivemos em Santa Maria da Feira, abriu-se uma excepção, excepcionalmente, excepcional para os artistas se divertirem numa obra classificada com música a decibéis insuportáveis, paredes meias com residências e prédios de habitação.
As graves faltas de exemplo de quem tem responsabilidades e as excepções estão a modelar uma geração e um tipo de sociedade que sabe fazer de tudo menos viver em respeito com aquela máxima que todos bem conhecemos.
“A tua liberdade acaba quando começa a do próximo”
Enquanto o Poder não absorver a fundamental mensagem desta frase, continuaremos a observar os crimes praticados pelos filhos dos energúmenos que dizem governar-nos.