Em Portugal 11% dos trabalhadores estão em risco de pobreza e 22% aufere o salário mínimo, ou seja, 665.0€ (em Espanha, onde o custo de vida é idêntico ao nosso, anda pelos 950,0€).
Se falarmos no rendimento médio mensal dos portugueses, que atinge, somente, 1209.9€ (e que, no Município de Santa Maria da Feira, cai para os 1089,7€), e o compararmos com os 1924.0€ auferidos, em média, pelos trabalhadores espanhóis, percebemos ainda melhor a perversidade das políticas de baixos salários praticada no nosso país.
O combate aos baixos salários torna-se, assim, um imperativo moral e de racionalidade económica. Se por um lado é imoral e uma vergonha nacional existirem trabalhadores pobres, ou em risco de pobreza, não menos verdade é a constatação de como a generalização de baixos salários implica uma dinâmica de baixo desenvolvimento económico.
De facto, os salários baixos são uma das principais causas da baixa produtividade das empresas portuguesas, pelo efeito perverso que produzem na dinâmica económica, ao favorecerem a produção de produtos e serviços de baixo valor acrescentado, que não fomentam investimentos em tecnologia, não contribuindo, assim, para uma maior eficiência das unidades produtivas.
Num país empobrecido por décadas de políticas antissociais e de submissão aos ditames do eixo franco-alemão, os trabalhadores têm individualmente um reduzido poder de negociação contratual, o que leva a um baixo ritmo de aumento salarial e, em vários casos, à estagnação salarial.
O Estado pode e deve ter uma intervenção que altere este rumo de empobrecimento.
Medidas como o aumento dos salários em geral, nomeadamente do SMN para 800€ já em 2022, a remoção das normas do Código de Trabalho, que dificultam a contratação coletiva, ou propiciam a precariedade, são fundamentais para iniciar um virar de página.
Cabe aos trabalhadores portugueses, no dia 30 de janeiro, escolherem se querem reforçar políticas de direita (protagonizadas por governos do PS e do PSD), que, com diferenças pontuais, têm promovido uma economia de baixos salários e de empobrecimento, ou se querem mudar de rumo. E o momento de mudança é este!
Uma política que quebre definitivamente com este modelo de baixos salários, que defenda quem trabalha e promova um desenvolvimento económico e soberano, precisa-se, URGENTEMENTE!
Por isso, a 30 de janeiro, o meu voto é na CDU!