Digo, gente civilizada, que não é quem, não pratica essas coisas tão simples, como vamos ver. Porque quem pratica, essa sim, é gente civilizada. Gente urbana e cortês (gente educada) é aquela gente que pratica as coisas simples, que lhe dão o estatuto de gente civilizada. O problema é que, muita gente não teve a sorte de receber uma boa educação, desde as origens, logo, é carente de civilidade.
E vamos então, ao role de tantas coisas simples a praticar, para podermos viver numa sociedade civilizada. Comecemos pelo comportamento a ter com a higiene e limpeza nas ruas. Mesmo com pequenos recipientes, que estão colocados em diversos pontos das ruas, para não referir os grandes contentores de lixo, porque havemos de ver papéis no chão, garrafas de plásticos, detritos diversos e, pior ainda, as máscaras de proteção covid? É para justificar trabalho para os cantoneiros da rua? E que dizer, daqueles que continuam a atirar beatas, (quando agora temos colocados, aqui e além, “porta-beatas”) e a escarrar para o chão? Com certeza que não fazem isso em casa. Seríamos uma sociedade civilizada, se tivéssemos as ruas limpas, e com o devido asseio da responsabilidade das autarquias.
Mas não. Não nos impressionamos com os lixos que topamos pelas ruas. Já não digo, que cheguemos ao ponto de levar para casa, todos os resíduos que produzimos na rua, e os coloquemos nos recipientes de casa, porque não temos necessidade disso; uma vez que, (como disse), não falta onde os depositar, por onde andarmos. Essa prática têm os japoneses, segundo soube recentemente, por notícias que nos chegaram pela altura das Olimpíadas. Para terem a cidade de Tóquio muito limpa, até levam o lixo que produzem na rua, para casa.
E que dizer de quem conduz viaturas ou máquinas, que, não só, por vezes infringem o código, como desrespeitam o seu semelhante, com práticas de condução pouco corretas. Quantas atitudes podiam ser tomadas, como boas práticas, de respeito na condução, como: dar sempre a prioridade a quem a tem, facilitar as entradas e saídas de parques de estacionamento, facilitar as manobras a cada um, procurar estacionar no espaço certo e não a ocupar dois espaços, e, claro, respeitar ao máximo a travessia de piões nas passadeiras. E o desrespeito pelos sinais de stop? … Essa é uma pecha muito comum, mesmo em sítios onde os sinais são bem visíveis. Porque, há sinais que já deviam há muito de ser avivados ou substituídos, mas, possivelmente passam despercebidos a quem cabe a responsabilidade de o fazer. Facilitar certas manobras na condução, com sinais de luzes, é outra atitude que julgo ser um bom gesto de civilidade.
Agora, temos outra situação, com a covid-19, em que o comportamento das pessoas tem muito que se lhe diga. É quando, nos hipermercados ou noutros locais, onde há sinais marcados no chão, a dizer para circular pela direita, para entrar ou sair, por aqui ou por acolá, e as pessoas não os “enxergam”. Vale tudo, andando como lhes apetece. E este é um assunto que tem muito a ver com a saúde de cada um. Não basta apenas andar com a máscara, (por vezes só a tapar a boca), e a circular, desrespeitando as normas estipuladas pelas autoridades sanitárias. É a tal coisa: ou não sabem ler, ou não querem saber. Andam por onde lhes apetece ou lhes der mais jeito. E que ninguém interfira, senão ainda tem resposta.
E agora, temos aí uma outra situação, motivada pela pandemia, que é muito crítica, na minha maneira de ver. São as filas de espera para o atendimento nos Bancos e nos Correios, de modo particular, no exterior, que levam pessoas a vir tomar vez, com uma meia hora, uma hora, e mais, de antecedência. Pessoas idosas e até com canadianas, que se colocam na fila, de pé, e por vezes, ao monte, dando uma imagem nada abonatória de uma vivência de sanidade e civilidade. Isto é uma nova normalidade, que nos leva a pensar: será assim o nosso futuro de vida, a que vamos ficar sujeitos? Se todos tivermos um bom comportamento, de acordo com as normas sanitárias, talvez a “nova normalidade” venha a ser mais normal, do que aquela, que há quem vaticine.
É preciso saber estar, saber viver, neste estado de pandemia. Mas, também é preciso que os responsáveis autárquicos, e não só, procurem tudo fazer, para que situações destas possam ser evitadas, criando melhores condições de atendimento público.
É preciso arranjar formas de tratar bem o físico, com ginástica, caminhadas e outras práticas desportivas, e (de modo particular), tratar o espírito, para não se cair no isolamento doentio, na solidão, que mata. Usar a máscara em ambientes fechados e onde haja gente agrupada, é preciso, sim. Manter o distanciamento devido, de outras pessoas, sim. Higienizar as mãos constantemente, sim. Pensar positivo, sim. Se outra coisa se não tiver para fazer, ler muito, sim. Ocupar o espírito é preciso, para não se cair na tentação do desespero. E, se assim procedermos, estaremos todos a contribuir para não dar guarida ao coronavirus, esse inimigo oculto que nos ataca, de forma traiçoeira e nos conduz à morte.
Tudo coisas simples a praticar por gente civilizada.