Estamos a menos de dois meses das eleições autárquicas. É tempo de balanço e de pensar bem nas escolhas que no final de setembro vamos fazer. Escolher bem deverá ser o nosso grande objetivo uma vez que em causa está o futuro das nossas terras.
Diz a canção que “para pior já basta assim”. Mas pensar assim não nos leva a lado algum. Eu sei, nós sabemos, que pelo que se anuncia para o concelho da Feira, afinal aquele que mais nos toca, as mudanças não parecem augurar nada de muito melhor. Há partidos que teimam em insistir no erro, erro que tem servido muito bem à maioria, que desde o 25 de Abril nos tem governado. Umas vezes bem, outras menos bem e algumas, até, muito mal.
Vamos escolher de novo. Temos, em primeiro lugar, o dever de participar no ato eleitoral. Não votar não é solução. Até porque, para depois podermos criticar (ou elogiar) deveremos estar legitimados pelo voto que expressamos nas urnas.
Depois deste preâmbulo vamos aos factos. E, como é natural, e porque dela tenho melhor conhecimento, começo pela freguesia de Fiães.
Há dois mandatos no comando do executivo o atual elenco está visivelmente desgastado. Apesar disso anuncia-se a recandidatura do presidente, acompanhado por algumas novidades — sempre bem-vindas — mas, infelizmente, com a ausência de um dos elementos que mais se tem distinguido pelo seu trabalho ao serviço da autarquia. E se a remodelação é bem-vinda, o ostracismo a que foi votado esse elemento é lamentável.
Mas pior que tudo isso é o que se projeta, em obras, para a freguesia. Se for por diante aquilo que está na mente do atual presidente, Fiães será fortemente penalizado. Mudar a sede da Junta de Freguesia para o edifício do Inspetor, sem sequer se ouvir a população, e pior que isso, gastar centenas de milhares de euros na construção nesse edifício de um auditório para 90 pessoas (não passará de um salão de reuniões), é um atentado ao bom senso, e um golpe profundo no futuro da cidade.
O atual edifício, não sendo da autarquia, mas podendo ser negociado, tem condições mais que suficientes para a instalação dos serviços da autarquia e ainda há terreno suficiente para a sua ampliação e para a construção de um verdadeiro auditório, e não apenas de uma sala de reuniões. Acresce, ainda, que a entrega do edifício do Inspetor ao Centro Social seria muito mais sensato, devido às carências de espaço com que luta a creche.
Vamos votar. Vamos exigir que as populações sejam ouvidas nos assuntos mais importantes. Não deixemos que uns quantos, ‘pequenos ditadores’, ditem as leis, façam e desfaçam, tudo nas costas dessas populações que dizem servir.
Isto é válido para Fiães, e para outras autarquias governadas por maiorias que fazem do poder o seu reino.
Mesmo que esta afirmação possa não ser ‘politicamente correta’, vamos para as próximas eleições votar nos que nos querem servir, naqueles que se assumam, realmente, como autarcas capazes de trabalhar em prol das populações, e não sejam apenas ‘mestres de cerimónias’.
Queremos trabalhadores e não sonhadores com outros voos.