Para regresso, depois de uma longa ausência imposta por mim mesmo, vou abordar um tema que já tem barbas. Refiro-me ao constante alarido que reina no seio do futebol profissional, mormente entre os nossos grandes clubes.
Depois de muita ‘guerra’, de insultos e insinuações, que visam sempre aqueles que dirigem os destinos dos nossos maiores, apareceu alguém que, talvez ingenuamente, pensou que era possível lutar por uma acalmia que beneficiasse o futebol.
Luís Filipe Vieira, ou simplesmente o Benfica, resolveu dar o primeiro passo. Contra tudo e contra, sobretudo, alguns bem-pensantes que têm a mania que são os orientadores do pensamento dos adeptos — e muitos desses adeptos já não vão em conversas e sabem pensar pela sua cabeça — resolveu fazer as pazes com o F.C. Porto, consciente que só com todos a remar para o mesmo lado era possível servir o futebol.
Enganou-se LFV, enganou-se o Benfica. Logo vieram os grandes pensadores clamar contra o que consideraram uma “vergonha para os benfiquistas”. Como penso pela minha cabeça e como, também, cada vez mais me revolta uma certa casta de bajuladores que estão sempre a tentar ‘passar a mão pelo pêlo’ aos mais poderosos, considero que atitude do Benfica vai no caminho certo.
Eu sei que o Porto Canal e, sobretudo, um certo comunicador que dirige o setor no FCP, tudo tem feito para denegrir o nome do clube lisboeta. Mas, mesmo assim, fez bem o Benfica em autorizar o FCP a filmar no seu estádio. Tudo o que possa contribuir para a pacificação no futebol é bem-vindo. Foram remates certeiros... que, para já, parece terem saído ao lado.
Aguardemos os próximos capítulos. Os incendiários não se vão calar. Eles querem ‘sangue’, mesmo que seja esse o sangue do qual saem alguns milhares que os alimenta.
Falemos agora de assuntos mais sérios. Do nosso futebol, ou melhor do futebol que se pratica na nossa região. Vai iniciar-se uma temporada na qual a exigência é enorme. Pelo momento por que atravessamos, e pelas dificuldades inerentes ao exercício da modalidade. O Feirense vai disputar a 2.ª Liga com os mesmos objetivos da época passada. A subida ao escalão maior está no seu horizonte. Com uma equipa técnica capaz — Rui Ferreira, embora jovem, é um treinador sabedor e o seu preparador físico é um dos mais experientes do País (Jorge Ramiro) — e com um lote de jogadores de valor, o clube mais representativo do concelho de Santa Maria da Feira pode regressar ao lote dos maiores do futebol nacional.
Com expetativa é aguardada a participação do Lusitânia de Lourosa e do S. João de Ver na nova 3.ª Liga.
Filipe Moreira, um técnico experiente e já com provas dadas, tem nas mãos um plantel de qualidade e a seu lado um presidente do clube (Hugo Mendes) que aspira a grandes feitos. Será isso suficiente para levar os lusitanistas ao lugar que toda sua massa adepta anseia?
Já o S. João de Ver parece não aspirar a mais que não seja a manutenção. O seu técnico, um jovem confiante, estudioso e muito profissional (Nuno Pedro) pode levar os ‘malapeiros’ a rubricarem uma temporada de sucesso: isto é, uma temporada sem grandes dores de cabeça.
A Associação de Futebol de Aveiro, uma das maiores do País, mas sobretudo, a mais organizada e a que melhor sabe apoiar o futebol jovem, vai, amanhã, inaugurar a 1.ª fase da sua Aldeia do Futebol. Parabéns à associação aveirense, em especial ao seu presidente, o santamariano Arménio Pinho.