Em 2020, somou-se 50 Anos após a data oficial da fundação do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado. – Uma reunião de dias (tendo sido — um destes dias — o focado dia 18 de Setembro de 1970).
Quatro lutadores provenientes de três alas – Grupo de Operários da zona de Vila Franca de Xira; Esquerda Democrática Estudantil (EDE) e Resistência Popular Anticolonial (RPAC) – definiu e acertou uma direcção e um sentido a dar a um combate, não saindo de solo luso (note-se bem!), contra o colonialismo e contra o fascismo do Estado Novo e contra a postura pró-Soviética de outros sectores da oposição, deixando uma enorme rúbrica no panorama do maoismo e da esquerda portuguesa.
Algo que faz um partido progredir — e que é essencial à sua manutenção — é a base de simpatizantes e militantes existente pelo território (as células de Mogadouro a Olhão; de Famalicão a Aveiro — estando eternizados os gigantes guerreiros Ribeiro dos Santos e Alexandrino de Sousa).
Aquele que em 1976 passou a Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), assistiu à oficial integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia (adiante União Europeia) — que contestou sempre. E assistiu, pouco depois, à dissolução da URSS (que, por si só, muito demonstra).
Nunca deixou de ter elevadas discordâncias e atritos no seu seio.
Neste, revelaram-se inúmeras pessoas de notável e intimidatório valor político, laboral e académico (prosseguindo várias nas fileiras do partido — até hoje — e tendo outras tantas acabado por sair ao longo das décadas).
Quando, com posturas abadescas, se considera ser-se dono da razão, alcança-se, por vezes, pontos tristes e desnecessários.
Atrevo-me, porém, a dizer que enquanto houver espécie humana, a obra iniciada por João Machado; Vidaúl Ferreira; Fernando Rosas e Arnaldo Matos será gabada e aplaudida.
Sinto-o com plena vaidade, pois família minha por aqui passou e arriscou a vida (mirada pelo COPCON, poucos meses após escapar à DGS/PIDE).
Todos quanto, em alguma fase, se dedicaram à rotina do carismático MRPP (estando, por isto, cravados na sua peculiar história) e disso tenham orgulho, ficaram de parabéns no passado ano, por um esforço que se insere em cinquenta anos.
Meio século a remar contra a maré.
Ousar Nunca Esquecer!
(texto escrito segundo a antiga ortografia)