No passado dia 29 de abril de 2021, reuniu por convocatória própria a Assembleia de Freguesia de Fornos. Tratava-se de uma reunião ordinária e, uma vez mais, o público esteve ausente, não porque não existisse outro espaço na freguesia capaz de poder receber em segurança os eleitos e os Fornenses que aí quisessem colocar as suas questões ou problemas.
Numa sessão sem grandes questões não deixou, no entanto, de ser polémica nas suas decisões. Há algum tempo que na freguesia se coloca a questão sobre o fim útil a dar às antigas escolas do 1º ciclo do Ribeiro e do Farinheiro.
Chegou a ser proposta a possibilidade de a futura sede de Junta de Freguesia ser instalada num dessas edificações. A CDU chegou a colocar a hipótese de se questionar a população sobre um hipotético concurso de ideias para esses espaços.
Logo aí ficamos a saber que o atual presidente estava mais inclinado para que a junta fosse para o Farinheiro opinião com a qual discordamos completamente. Justificamos essa posição pelo facto de o espaço ser mais acanhado e menos bem localizado que o edifício do Ribeiro.
Ora, de uma assentada ficamos a saber que afinal o executivo PSD prepara-se para fazer obras nas instalações que ora ocupa. Prepara-se, em nossa opinião, para perpetuar a instalação da nossa junta nas “catacumbas” da capela mortuária. Numas instalações pouco dignas e nada funcionais, com péssimas condições de acesso para as pessoas com mobilidade reduzida ou idosos. Enfim, lá foram os projetos que outrora tão orgulhosamente exibiram, para a gaveta do esquecimento.
Como se não bastasse decidiram com a autorização da câmara municipal atribuir as salas do Ribeiro à companhia Persona e a um desconhecido que dizem ser artista e residente na freguesia. Ora tudo estaria calmo, não fora o facto de uma associação da freguesia ter mostrado interesse num desses espaços e a junta ter recusado esse anseio. A Associação Ambientalista Ribeira da Lage é a associação em causa, encontrando-se registada em ata. Está, apesar das condicionantes que atravessamos, viva e com vontade de continuar o objetivo para que foi criada, a defesa do ambiente, a cultura e a etnografia. Esta associação provou com a sua atividade que podemos intervir em prole do ambiente e melhorar aquilo que alguns davam como perdido e irrecuperável, a Ribeira da Lage. Pressionou e reuniu com os empresários poluidores, com as autoridades do ambiente, fez inúmeras campanhas de denuncia dos atentados executados contra a Ribeira da Lage. Ergueu e manteve-se duas décadas com o apoio de um grupo de Fornenses, o Carnaval popular de Fornos que a Junta sempre foi incapaz de o realizar. Participou e organizou marchas de montanha, corridas de carros de rolamentos, arruadas e um grupo de bombos onde os jovens podiam ocupar o seu tempo de forma positiva, etc. Esteve sempre que convidada nas iniciativas da junta de freguesia.
Podíamos adicionar muitos mais motivos e factos relativos a esta associação e da importância para o seu trabalho de poder dispor de uma sala para que possa fazer ensaios do seu grupo de bombos, reunir a sua direção, guardar num espaço coletivo os seus materiais, ou seja, organizar o seu trabalho. Não podemos compreender de todo a posição desta junta PSD que teve a seu lado igualmente o voto dos socialistas, que, para tomar esta posição abandonaram a sala para concertar a sua votação.
Deplorável esta posição dos socialistas que, durante décadas, andaram abrigados debaixo de uma associação que nem estatutos e sócios tinha, mas recebia fundos da junta de então para as suas iniciativas.