O Dia 5 de Maio, confirmado pela UNESCO, como o Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP, é um acontecimento que todos os portugueses e todos os povos dos países, que a têm como sua, devem saber valorizar. É um dia especial, dedicado à nossa língua, que nos deve lembrar como devemos saber tratá-la, praticá-la, vivê-la no dia-a-dia. É um acontecimento que já devia ter sido há muito mais tempo, porque a nossa língua bem merecia fazer parte das línguas oficiais das Nações Unidas (inglês, francês, espanhol, chinês e russo), como língua com um dia internacional. Em 2009, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa já havia escolhido o dia 5 de maio, como o Dia da Língua Portuguesa. Mas, só dez amos depois, foi o embaixador António Nóvoa, com os seus colegas dos países de língua portuguesa, que levaram a Unesco a ampliar o escopo do Dia 5 de Maio para o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Ora, como diz o povo, “mais vale tarde do que nunca”, saibamos tirar partido desta valorização e pratiquemos a nossa língua com “capricho”, porque a nossa língua, (a língua de Camões) é nobre e rica.
Dizem que o português é a quinta língua mais falada em todo o mundo, (e há quem diga que é a quarta), agora, o que é preciso é fazermos com que venha a ser a língua mais falada, de todas, visto que está nas cinco partes do mundo implantada. E cabe a cada um dos países da CPLP, tudo fazer, para levar o português a ser falado por todo o Mundo.
O português é um bem comum, que pertence a todos. Pertence a quem o fala, a quem o usa, no trabalho, na escola, nos negócios, nas organizações, nas artes e na literatura, na linguagem falada e escrita.
Eu gosto muito da nossa língua, da nossa língua vernácula e do linguajar popular. Não gosto nada, e insurjo-me mesmo, contra o uso, (e o uso exagerado dos estrangeirismos), que cada vez são mais aplicados no dia-a-dia, no falar e escrever dos portugueses. E então, os média … são os mais abusadores desta linguagem recheada de estrangeirismos. Dizem-me que, é devido às novas tecnologias, em que, nem sempre temos no português termos que se apliquem a certas coisas da modernidade. Ora, que me perdoem, quem assim pensa, mas não consigo aceitar tal desculpa. Se há línguas ricas em palavras para tudo o que for preciso, é a língua portuguesa. Desde a linguagem mais rica, à mais simples e mais rebuscada, com todos os termos provincianos, próprios de cada extrato de povo, das nações onde o português é a língua oficial, podemos considerar o português a língua mais rica e diversificada. Senão, leiam, por exemplo, (em Portugal) “O Malhadinhas” de Aquilino Ribeiro, onde muito se pode conhecer de um linguajar do povo, que comprova o que acabei de referir.
O que me parece é que é moda usar, (principalmente o inglês), para se ‘ser bem-falante’! Há uma certa vaidade em falar e escrever com termos estrangeiros pelo meio. É chique! … Parece que se usa esta “modernidade” como forma de “ser distinto”, de ser diferente do “vulgar”. Confesso que, me irrita, quando leio ou ouço fraseado em que prevalece um recheio de termos ingleses, que eu não conheço. E não conheço, porque não sei inglês. Na minha modesta formação académica não tive a sorte, (naquele tempo), de me darem essa língua como currículo. Tive noções de latim, grego, italiano e francês, mas não tive inglês. Pouca sorte a minha? Talvez. Mas, não é por isso, que detesto os estrangeirismos. É porque, aprecio muito a nossa língua, para não a misturar com termos de outras línguas estrangeiras. Falar e escrever bem o português, deve ser honroso para quem se preze de ter esta língua.
E há outra coisa que não me cabe, ‘cá nas minhas’. Se, por um lado, é uma mais-valia para os portugueses, terem a capacidade de defrontar, com facilidade, qualquer cidadão do Mundo, no inglês, no francês, no alemão, no espanhol, no italiano, (ou em qualquer outra língua), porque temos de aceitar que os estrangeiros, no trato connosco, não falem a nossa língua?