Nem com o coronavírus, certa gente se enxerga. Os espelhos por onde se veem dão-lhes uma imagem falsa da realidade da vida na sociedade em que vivem. Com o comportamento dessa gente, (dessa gentinha, pode-se dizer, porque, se fosse gente, teria outro comportamento); mesmo nesta situação grave que estamos a enfrentar, torna-se evidente que não tem educação, nem civismo, e desobedece às leis decretadas pelo Governo, descaradamente. Mais do que isso, esses tais, revelam uma grande falta de respeito pelos outros, com o seu comportamento.
Se, quem governa, ordena que se deve ficar em quarentena … para essa gente, a quarentena é ir para as praias, é ir para os bares à noite, é fazer chacota com máscaras, e outras coisas mais, como se tem visto. E muito mais do que aquilo que se vê, eles fazem com certeza. Até parece que se vive num país “sem rei nem roque”!
E pior do que tudo isso, é o resultado daqueles, que, quando infetados, não respeitando as normas de cuidados a ter, acabam por contagiar outras pessoas, que tudo fizeram para se proteger e não conseguiram evitar o contágio desses desrespeitadores, acabando eles por ficar doentes. E, ainda mais do que tudo isto, o dispêndio e perigo a que ficam sujeitos os tratadores da saúde, bem como, o erário público gasto para tratar todos quantos foram atingidos, devido ao mau comportamento dessa gente.
Acho que estes comportamentos são duma gravidade tal, que bem mereciam ser tratados drasticamente. Acho mesmo, que, para situações destas, seria apropriada uma “ditadura” tipo, chinesa: – Todas as famílias em casa, e só uma pessoa de cada família, sai à rua, de dois em dois dias, para comprar os bens necessários. Mais nada. Parece que foi assim que a China atuou, e está a dominar o coronavirus, como consta.
Em Roma viram-se ruas e avenidas totalmente desertas, os mortos às dezenas todos os dias, e nós, por cá, estamos à espera de quê? A nossa vizinha Espanha vai pelo mesmo caminho. Se Nossa Senhora de Fátima não nos acode, quem nos há-de acudir? Se não acatarmos as normas de prevenção e segurança sanitárias, que nos são impostas, onde iremos parar? Com certeza, ao cemitério, se ficar alguém para nos sepultar.
Tudo isto estava a acontecer até ao dia 18 de Março, quando foi decretado o estado de emergência para todo mo país. Mas, mesmo depois deste decreto, e das informações de pormenor que o Governo foi dando através dos órgãos de comunicação (televisões), ainda havia “gentinha” que telefonava a questionar, se não podia ir gozar as férias da Páscoa. Sem comentários a fazer-se, perante estas atitudes. Claro que, a resposta dada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, não podia ser outra, (mas devia ser outra), senão esta: – “Não podem”. (Uma resposta seca e dura, embora dada com brandura, como é característica deste Ministro dos Negócios Estrangeiros).
No entanto, a partir do dia 20 de Março, as coisas já se apresentavam de modo diferente. Ainda não estaria toda a gente a cumprir à risca, mas, seriam poucas as exceções, que as autoridades iriam corrigindo, com certo jeito e paciência. E é bom que eu registe: - mesmo com toda a brandura das normas impostas, se houver alguém a desobedecer, com certeza que as autoridades serão implacáveis.
Vamos a ver se conseguimos vencer a ‘guerra’ contra este inimigo invisível, no mais curto espaço de tempo. De contrário, ficaremos num estado de rotura total, que não sei como sobreviverão os que escaparem.
Aos dezanove dias do mês de Março de 2020, dia do pai, acabei de escrever este registo sobre uma situação, tão grave, tão grave, que não se vislumbra até onde chegará esta gravidade.
Agora, estamos no dia 03 de Maio, e, pelos relatos que ouvimos das autoridades, parece estarmos no bom caminho de resistência ao “maldito” virus da covid-19. Até se diz que somos os melhores da Europa!
Que seja para valer, e tudo irá depender de todos nós. Os portugueses, quando querem, são bons em tudo, e porque não na saúde?