Ao velho estilo queiroziano – o nosso Eça está sempre actual- “meus amigos” santamarianos nós, aqui em Santa Maria da Feira, respectivamente ao mundo político estamos numa simples atitude de curiosidade. E, no entanto, ele move-se ruidosamente em reuniões mais ou menos secretas, mais ou menos discretas, preparando a próxima arena das eleições autárquicas. Que, como sempre aconteceu, promete agitar a pacatez natural da nossa gente sempre tão conformada.
Em 31 de Março de 2014, lembrou o ‘Correio’, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira apresentou publicamente, no Europarque, e na presença do então primeiro-ministro, Passos Coelho, o projecto Bizfeira. Volvidos sete anos o presidente da Câmara, Emídio Sousa, continua a garantir que se trata de “um projecto ambicioso e inovador que teve e continua a ter um papel fundamental para o desenvolvimento económico e empresarial do território de Santa Maria da Feira e também para a sua projecção no estrangeiro e, muito em especial, na diáspora feirense”. Resta apurar em que medida e em benefício de quem!
Segundo ainda o nosso ‘Correio’ a nossa Câmara propõe-se comprar uma propriedade contígua ao Hospital de S. Sebastião para criar a unidade de saúde metal do CHEDV.
A sua efectivação tem-se arrastado no Ministério das Finanças pelo que o presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, propôs, em reunião de Câmara, a aquisição da propriedade, para que a oportunidade não se perca. “Tenho acompanhado o processo com a administração do hospital e já se chegou a um consenso quanto a valores para aquisição do imóvel. Há disponibilidade do proprietário para vender e o hospital já tem a aprovação da ministra da Saúde. O vereador socialista Délio Carquejo elogiou “a visão e o investimento”, por considerar que “não nos podemos dar ao luxo de perder uma unidade como esta”. Esta é uma decisão sensata, para variar.
Tema polémico tem sido o do serviço de refeições servidas às crianças do Centro Escolar de S. João de Ver, conforme lembrou o BE em comunicado de imprensa, em “pequenas quantidades e de qualidade questionável”.
Este tema foi já discutido no PAOD de uma reunião camarária, suscitando enorme controvérsia. “Segundo as informações que temos, a empresa não cumpre com o caderno de encargos. Muitas vezes a ementa divulgada não é a mesma que servem às crianças e existem ainda relatos de refeições de peixe com espinhas a crianças pequenas, para além da qualidade da comida e das porções serem bastante questionáveis”.
Perante isto, a Concelhia do Bloco de Esquerda de Santa Maria da Feira sublinha que não podem “aceitar que as crianças do Concelho estejam sujeitas a refeições de má qualidade e a quantidades que configuram um autêntico insulto, só porque as empresas querem fazer lucro. A alimentação é um fator determinante para o crescimento e para o bem-estar das crianças”, concluiu aquele partido.
Para Cristina Tenreiro a fotografia que levantou dúvidas sobre a quantidade/qualidade das refeições escolares é algo insólita. A vereadora refere que no dia de divulgação da imagem não receberam reclamações, achando por isso o facto “muito estranho”. “No dia 17 de março houve uma fiscalização e não foram detetadas anomalias. Também na sexta-feira, dia a que se refere a fotografia, o serviço de refeições funcionou normalmente e não tivemos uma única reclamação.
A vereadora da Educação lamentou a utilização das redes sociais para se resolverem problemas, sublinhando que “há os devidos procedimentos, que devem ser acionados“. “Queremos que as nossas crianças tenham as melhores refeições possíveis. Apelamos ao bom senso, em ano de eleições autárquicas, para que não haja aproveitamento político com este tema. Criar pânico e ansiedade, não. Se queremos falar neste assunto, falemos, mas não em praça pública com fotografias sem a devida identificação”, concluiu, garantindo existir “um controlo rigoroso das quantidades nas ementas escolares”, para que a obesidade seja combatida. Não deixa de ser curiosa a observação da vereadora em relação ao aproveitamento político em ano de eleições!
No passado dia 10 de Março, a 13.ª Comissão do Poder Local da Assembleia da República, no âmbito dos seus trabalhos, fase final da redação da proposta Lei de Criação e Reposição de Freguesias, decidiu ouvir a Plataforma Nacional de Recuperação de Freguesias. O interesse manifestado em ouvir movimentos representantes das populações é um sinal positivo pelo muito interesse dado pelos Deputados da Nação.
Este polémico caso tem vindo a ser seguido pelo ex-deputado do PS António Cardoso.
Curiosa e intrigante a posição da Indaqua em relação à qualidade da água para consumo humano fora da sua área de influência.
A concessionária da distribuição de água e recolha de águas residuais de Santa Maria da Feira assegura que o resultado do estudo por si promovido levanta preocupações para a saúde pública. Há mais de 12 mil famílias no Concelho sem ligação à rede da Indaqua, referindo que o “resultado levanta preocupações ao nível da saúde pública”.
O diretor geral da Indaqua de Santa Maria da Feira, Ricardo Grazina, comenta o resultado do relatório, classificando-o como “um problema de saúde pública que pode ser evitado pelo consumo de água na rede pública”, recordando que o estudo “enquadra-se no programa de educação e sensibilização ambiental que a Indaqua tem promovido”.
Um cidadão feirense referiu nas redes sociais que há anos mandara analisar a água do poço, tendo detectado bactérias. O tratamento: uma pequena quantidade dum produto à base de lixívia. Passado umas semanas nova análise, água própria para consumo. Adianta o cidadão:
Será que a indaqua deu o tratamento para essas águas com bactérias? Claro que não! O que eles querem é que toda a população esteja sobre a sua alçada.
É intolerável o preço praticado no concelho. É tempo de a câmara renegociar as tarifas, ou "despachar" esta empresa, seguindo o exemplo de Santo Tirso.
E assim se vive esta comédia regional em tempo de pandemia preparando o acto elitoral!