O nosso Concelho, o mais importante do distrito de Aveiro em quase todas as áreas, esteve em foco nos últimos tempos. Foi, pode dizer-se, foco de interesse da Comunicação Social, umas vezes por más razões, outras, que se saúdam vivamente, por motivos que todos os santamarianos devem enaltecer. Para acabarmos bem, vamos começar pelas más razões, por aquelas que todos nós dispensávamos.
Acima de todas esteve a caminhada dos jogadores do Lusitânia de Lourosa até ao seu estádio após a derrota para a Taça de Portugal, frente ao S. João de Ver. Alguma comunicação social usou (e abusou) do tema. Fez bem? Fez mal? Fez aquilo que é de esperar de quem tem por missão noticiar acontecimentos que, naturalmente, mereçam a atenção de quem segue o fenómeno desportivo.
Não é todos os dias que um presidente de um clube resolve punir os jogadores da sua equipa porque perderam um jogo que, para ele, só poderia ter um vencedor: as suas cores.
O ‘castigo’ imposto à equipa foi saudado por muitos, repudiado por muitos mais. Vejamos: o presidente que diz que “paga a tempo e horas e não falta com nada aos jogadores e equipa técnica”, reagiu como ‘mandão’, como senhor absoluto de um clube que deve ser dele, mas também dos associados e, sobretudo, da terra que representa. E a atitude do presidente não abonou em nada em favor do prestígio de Lourosa e das suas gentes. Daí as reações de alguns lourosenses que não perdoam ao presidente do clube a sua decisão.
Mas mal, mal, bem pior que o presidente, que teve a humildade de reconhecer o erro que tinha cometido, foi a atitude do treinador e do capitão da equipa que no dia seguinte à caminhada vieram contrariar toda a informação vertida na véspera, chamando a si a responsabilidade dessa caminhada.
Técnico e capitão, sobretudo o primeiro, que é o comandante do grupo, estiveram muito mal. E o futuro, que até não será muito distante, vai mostrar que Rui Quinta, o treinador, cometeu um erro que nem o presidente que agora tentou ilibar, lhe perdoará.
Não estão bem, pelo contrário, as relações da direção do Feirense com a SAD do clube. Nada que surpreenda. A culpa, para já, só pode ser endossada a quem possibilitou a chegada ao clube de alguns ‘artistas’ que não servem o futebol, mas apenas tentam servir-se dele.
Em grande esteve, mais uma vez, o nosso Concelho no ciclismo. Se não venceu a Volta a Portugal foi, sem dúvida, o grande animador da competição. Ciclistas oriundos do Concelho, nascidos ou formados para o ciclismo em Terras de Santa Maria da Feira, sobretudo em S. João de Ver, foram enormes nas estradas deste país. Atletas como Joni Brandão, António Carvalho, César Fonte, Rafael Silva, Fábio Oliveira, João Leite, António Ferreira, João Benta, David Rodrigues, Venceslau Fernandes, David Ribeiro, Frederico Figueiredo, Rafael Reis e mais alguns, que cresceram para a modalidade nestas terras e, ainda, técnicos como Joaquim Andrade, Manuel Correia, Eduardo Correia, Carlos Pinho, Paulo Silva e Joaquim Carvalho, entre outros, merecem os parabéns de todos os santamarianos pelo que fizeram, ou ajudaram a fazer, nas estradas deste país. Fazem-nos lembrar outros grandes ciclistas que no passado elevaram aos picos o nome de Vila da Feira como Sousa Santos, Joaquim Carvalho, Mário Silva – completou no passado dia 5 de outubro 81 anos (parabéns Mário) –, Sousa Cardoso, Alberto Carvalho, Fernando Mendes, Joaquim Sousa Santos e outros que espalharam a sua valia por esse mundo fora.
Mas não foi só no futebol e no ciclismo que o concelho da Feira esteve em foco. Mais modalidades têm mostrado a força deste território, que não tendo uma política desportiva (política desportiva é uma coisa, política de subsídios é outra) devidamente organizada é, sem sombra de dúvida, dos mais poderosos do país.