É já em janeiro que os portugueses serão chamados a decidir quem ocupará o cargo de Presidente da República Portuguesa. Os candidatos em geral são bastantes conhecidos. Pela direita conservadora surge o famoso ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa. Mais à direita ainda surge o demagogo que até há pouco tempo recebia mais 2 salários em simultâneo com o de deputado, após ter jurado que exerceria o cargo de deputado em exclusividade. Há também um conjunto de novos candidatos. Uns defendem a privatização de quase todos os serviços públicos. Outros demonstram não saber o que defendem.
No centro-esquerda, apesar de não ter o apoio do próprio partido, surge a candidatura de Ana Gomes com apoiantes da linha “centrista”, como o também ex-eurodeputado Francisco Assis (atual presidente do Conselho Económico e Social), que foi um dos maiores críticos da “geringonça”, ou o empresário e ex-militante socialista Henrique Neto.
Uma candidata que apesar de convergir em algumas lutas com a candidatura de Marisa Matias, diverge nas questões centrais. A questão da dívida pública portuguesa é um assunto que cria algumas reticências à ex-eurodeputada do Partido Socialista. Reticências essas que não podem e nem devem existir à esquerda: sem uma renegociação da dívida, Portugal ficará para sempre amarrado à austeridade. A questão da NATO e dos tratados europeus é também um dos fatores que divide Marisa Matias de Ana Gomes. Compete à verdadeira esquerda lutar por um país justo que recuse o imperialismo e qualquer de tentativa de subordinação da nossa soberania democrática.
Surge então a candidatura de Marisa Matias, considerada por alguns setores e decisores políticos uma candidatura encabeçada por uma "engraçadinha". Na verdade, estes não estão habituados a que uma mulher assuma um papel determinante na política - uma mulher no centro do debate público, que avança com uma candidatura cheia de força às eleições Presidenciais.
Marisa é a candidata que defende um SNS coeso que consiga responder à pandemia atual, sem que no mesmo existam oportunismos privados, sob forma de PPP’s, defendidas pelo então atual Presidente da República. Marisa é a candidata que garante a soberania nacional, na defesa do Artigo 80º da Constituição da República que consagra que a organização económico-social assenta na subordinação do poder económico ao poder político democrático, contra qualquer cedência deste país perante a banca e os mercados internacionais.
Marisa é o símbolo da transparência política, sendo a única candidata que não apresenta uma única irregularidade na última campanha eleitoral: no que toca a contas, as coisas começam em casa.
A presidência precisa de alguém que lute por quem trabalha neste país, que defenda um código laboral que esteja ao lado dos trabalhadores e não dos patrões. O cargo de PR precisa de ser ocupado por uma mulher que defenda um país sem desigualdades, preconceitos e discriminações. O maior cargo deste país precisa de uma candidata que lute contra as alterações climática e salvaguarde sempre os valores de Abril.
Portugal precisa de Marisa Matias.