Há mais de 40 anos governado – mas pouco questionado por uma oposição quase inexistente – por um partido que noutras latitudes tem feito obra, mas neste, salvo raras, apenas se limitou a não ‘fazer ondas’, nunca fazendo valer as potencialidades de um território que é de longe o mais importante de todo o distrito que integra, o concelho da Feira apenas se tem distinguido no panorama nacional pelos festejos que organiza e pouco mais.
Nunca, desde o 25 de Abril, da boca de um autarca destas Terras de Santa Maria saiu qualquer protesto contra o ostracismo a que o governo central tem votado ao concelho.
Tem-se governado ‘à vista’.
Há dias, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia – uma terra que não precisou de passar a “Santa” depois de elevada a cidade – pediu a ligação do seu concelho ao da Feira através de uma linha férrea, não necessariamente de uma linha metro.
Eduardo Vítor Rodrigues fez aquilo que há muito deveria ter sido feito pelos autarcas feirenses, logo que se iniciou a construção do metro do Porto, sobretudo quando se começou a falar no seu prolongamento até a Gondomar, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Agora que o metro vai chegar a Vila D’Este, por que não se reforça o pedido do edil gaiense. Que espera o nosso presidente, neste momento mais um «mestre de cerimónias» que um verdadeiro presidente de Câmara, para reivindicar uma linha férrea, ou de metro, até território feirense, uma linha que de Vila D’Este se prolongue até aos Carvalhos, Grijó, Argoncilhe e, pelo menos até Fiães/Lourosa, e, por que não, até S. João da Madeira?
Não seria uma obra de grande importância para as gentes do concelho? Ninguém dúvida que sim. Só os nossos políticos(?) é que não o entendem, ou andam distraídos com outras tarefas ou... apenas já a pensar no próximo cargo que vão ocupar quando a lei – porque não vejo outra maneira de o fazer – os afastar das suas atuais lides.
Obrigado Eduardo Vítor Rodrigues. A Feira agradece o seu apelo.
Em entrevista recente concedida a este secular jornal, Emidio Sousa fala em coisinhas, nos tais 250 quilómetros de asfalto colocados nalgumas estradas do Concelho, mas pouco mais. Das grandes carências, nem uma palavra. Dos transportes, que não existem no Concelho, do estado calamitoso do troço da EN1 que atravessa o Concelho, e muito mais, nada diz.
Aproveite senhor presidente. O atual ministro da tutela sabe bem como se encontra a estrada. E como é nosso vizinho pode ser que atenda ao seu pedido.
Sabe, senhor presidente, o que diz o nosso povo? “Quem não chora não mama”. O senhor precisa de chorar mais, e não apenas de andar a exibir o seu sorriso por tudo quanto é televisão, ou redes sociais.
Apesar de tudo, senhor presidente, pode ter a certeza. No próximo ano, nas eleições autárquicas, o senhor vai contar com o meu voto. Porque, naquele que será o seu último mandato, tenho esperança de que, pelo menos na minha, na nossa terra, vai fazer obra, muito melhor da que por lá decorre há meses, e porque, acima de tudo, mais uma vez, a oposição que vai enfrentar não vai existir E como eu voto sempre, e nunca em branco, se por cá ainda andar, conte com o meu voto.