Mais uma vez, Portugal vai receber uma final da Champions. Prestigiante? Sim claro que sim, mas temos de ter consciência de vários fatores. Será que a escolha de Portugal foi mesmo uma escolha por mérito, por grande reconhecimento da UEFA, ou não terá sido a nega da Alemanha em não querer correr o risco de aumento de contágio no seu país, onde os valores de receita oferecida pela final da Champions será bem inferior ao valor das despesas e do impacto que virá a ter o aumento de novos casos do Covid-19?
A Alemanha se não tivesse avaliado muito bem estes riscos, jamais deixaria fugir por entre os dedos um evento desta natureza. Com as condições excelentes a nível de estádios, oferta de hotelaria, assim como segurança e o baixo número de novos casos de Covid-19, são critérios que somam pontos bem positivos a Alemanha que poderia sem muito esforço ter recebido esta final.
Portugal, enalteceu, esta notícia como uma vitória em um campo vazio sem adversário, como no passado, elogia uma final de Champions, como uma linha da frente onde nada mais no país fosse importante.
António Costa, dedica tal vitória aos profissionais de saúde, como forma de recompensar todo o trabalho e esforço destes durante o período critico da pandemia. Estes por sua vez, já de nervos à flor da pele, não reconhecem tal agradecimento, querem ser reconhecidos pelo seu trabalho, com progressões de carreira, escalas mais justas, de forma a conseguirem um ambiente familiar mais confortável e poderem enfrentar os duros dias de trabalho com entusiasmo e força psicológica, com aumentos salariais que se aproximem dos colegas europeus. Mais, querem que seja o Governo a dar o maior exemplo de prevenção da Covid-19, não pelas finais de Champions ou de outro evento de tal envergadura, mas sim de evitar os ajuntamentos e incentivar ao distanciamento social, numa altura que se avizinha uma segunda vaga.
Relançar a economia á um objetivo que tem de ser prioridade, mas não pode ser efetuado de forma irresponsável, que põe em causa o ser humano. O Governo não está, neste momento, a ter em conta isso, notámos nas declarações diárias da diretora da DGS, Graça Freitas, assim como da ministra da Saúde, Marta Temido, que desvaloriza dia após dia o aparecimento de novos casos, quer na região de Lisboa quer na região do Algarve, sob o pretexto de tais números estarem relacionados com o número de testes efetuados. A ser assim, então é ainda mais grave, pois muitos serão então os portadores do vírus que ainda desconhecemos, e os que conhecemos já quantos terão contagiado e assim consequentemente.
Final da Champions no mês de agosto, em que por natureza Portugal já costuma ser ‘invadido’ pelos emigrantes, sendo este ano uma exceção à regra, pois muitos desses emigrantes estão a programar as suas viagens para outros destinos mais seguros e menos frequentados, ou em alternativa adiando as férias a Portugal para mais tarde. Sabendo António Costa disto, fez tudo para que a final da Champions em Portugal fosse opção da UEFA, sem se opor de forma alguma, ficando assim na esperança de milhões a entrar nos cofres do Estado.
Como já tem acontecido nos últimos anos de Governo Socialista, continuamos a ser a lixeira da Europa, todo o lixo que os países Europeus não querem, por questões sanitárias, Portugal lá está na linha da frente para receber. Lembrem-se dos resíduos tóxicos vindos de Itália para Portugal, lembrem-se da exploração do lítio que liberta partículas cancerígenas e que tanto querem fazer a todo o custo sem valorizarem as pessoas, os animais e a região, enquanto outros países tinham a exploração pronta a laborar e por esses riscos encerraram.
Valorizo muito a final da Champions, um evento de topo sem dúvida, mas desta vez e neste momento digo NÃO em Portugal, o único vencedor será o Covid-19.