Reina alguma agitação nas hostes das grandes instâncias do futebol português. Não é novidade para ninguém que as relações entre a LIGA e a FPF estão longe de serem pacificas.
Com uma estrutura altamente profissionalizada, recheada de gente que sabe muito de futebol, a Federação não vê com bons olhos o poder que a própria concedeu à LIGA.
Assim, e porque algumas atitudes dos responsáveis pela LIGA não terão agradado aos dirigentes federativos, a guerrilha parece instalada, e o grande perdedor vai ser, com certeza, Pedro Proença, que numa atitude louvável, porque iria, até, de encontro ao preconizado pelos responsáveis pela saúde em Portugal, pediu que as transmissões dos jogos fossem em canal aberto. O que evitaria a grande concentração de pessoas em cafés e outros locais que podem proporcionar a visão das transmissões desses jogos.
Essa pretensão do presidente da Liga, expressa publicamente, sem que dela tivesse dado conhecimento aos clubes, foi o rastilho para alimentar uma guerra que já vinha a germinar há muito.
A LIGA, que cometeu erros em demasia desde que a Covid-19 se instalou entre nós, tem os dias contados. Determinar a conclusão dos campeonatos da 2.ª Liga e o Campeonato de Portugal (este por decisão da FPF) deixando apenas em suspenso o da 1.ª Liga, que agora se vai concluir, foi erro crasso que alguns clubes não vão perdoar. E fazem bem...
O que podem fazer, Feirense, Lourosa, Sporting de Espinho, Praiense, e outros, que virão os seus esforços deitados por terra por uma determinação infeliz de Proença e Cª., se não protestarem?
Naturalmente que não lhes resta se não protestar contra uma determinação que prejudica as suas legítimas aspirações, os seus enormes esforços na obtenção de uma posição que aspiravam no final dos campeonatos.
Nós, por cá, temos de estar solidários com a luta do Feirense, Lusitânia de Lourosa e Sporting de Espinho. Ao dar por concluídos os campeonatos nos quais estão incluídos, a LIGA prejudicou estes clubes, ignorou os enormes esforços dos seus dirigentes, e sepultou as esperanças alimentadas na subida de escalão.
Pior que preconizar a transmissão dos jogos em canal aberto, Pedro Proença e seus colegas, estiveram ao ignorar os esforços dos clubes que no início da temporada apostaram em altos voos, e agora os viram cortados por uma determinação infeliz dos mandões do pontapé na bola.
Se vamos ter futebol de primeira, por que não ter futebol de segunda e de terceira?