A Casa da Serralheira
A Maria da Serralheira, segundo ouvia dizer, era natural das Caldas de S. Jorge e casou com um senhor que fazia parte da família dos moleiros ‘Paulinos’. Ficou viúva bastante nova com sete ou oito filhos para manter. Era considerada uma pessoa típica, por ser alegre, piadista, brincalhona, muito séria, honesta sem se negar ao trabalho. Lembro-me, quando ela, quase sempre na companhia de outras mulheres, descalças, carregavam à cabeça, uma grade com caixas de cartão para embalar calçado ou chapéus até às fábricas, para Arrifana, S. João da Madeira e arredores. O peso não sei, mas o volume rondava à volta de 2- m de comprimento por 1-m de largura e mais de 1- m de altura! Fazia uma ou duas viagens diariamente, debaixo de sol ardente, de chuva ou vento, mas se havia vento tinha de ser penoso sustentar a força do vento! Assisti muitas vezes quando os filhos mais velhos andavam a aprender o ofício de sapateiro e quando o trabalho se estendia pela noite adentro, a refeição deles era composta de uma sopa enfarinhada com pouca hortaliça a dançar na panela!
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