O político deve colocar a causa pública acima de si e do seu orgulho pessoal ou partidário. As suas decisões mudam vidas e permanecem além da sua passagem pelos cargos.
O exercício político correto não resulta de estados opositores injustificados, mas de pontos de convergência em prol de um bem maior.
Vereadores do PS e restantes elementos com assento na AM têm essa consciência, contrariamente ao PSD Feira que, opta por vetar todas as propostas que não tenham origem no seu laranjal. Exemplo, a sua posição sobre o projeto de lei do BE que pretendia reverter a agregação das freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros. Votaram contra!
Na última reunião de Câmara Municipal (CM), questionei o resultado das obras de Argoncilhe. Referi-me aos troços e cruzamento entre a R. dos Camalhões e R. N.ª Sr.ª do Campo, área de responsabilidade da CM de Santa Maria da Feira (SMF). Passeios interrompidos, com dimensões tão reduzidas que, por vezes, não passam de guias de 20cm ou limitam-se ao espaço ocupado pela boca hídrica de combate a incêndio. Por vezes, nem arranque de passeio existe. A circulação pedonal é sempre interrompida, até por contentores do lixo. Idosos, crianças, carrinhos de bebé, cadeira de rodas e todos os outros, são forçados a circular no asfalto, partilhando-o com os automóveis.
No cruzamento das ruas, o rebaixamento é invadido pela ventilação da canalização, não existe sinalização podotáctil e não há semáforos com aviso sonoro. Nada cumpre as Normas Técnicas de Acessibilidade (NTA) do Decreto-Lei 163/2006, de 8 de agosto.
O vereador António Topa Gomes (ATG) reagiu tentando culpabilizar a CM de Gaia. Mais tarde, em declarações à Rádio Clube da Feira desculpou-se, dizendo que em obras de requalificação a lei a cumprir é diferente daquela que é aplicável em novas intervenções. Disse que nunca apresentei propostas concretas nem contribuí para a resolução de problemas. Afirmou que a minha postura não é construtiva e que não percebe porque referi que pretendo apresentar queixa à IGF.
Esta atitude infame que passa pela tentativa de me descredibilizar e diminuir, para não assumir responsabilidades, atingiu o limite da razoabilidade.
Realmente ATG anda na política há um ano, devia informar-se sobre a quantidade de propostas concretas que apresentei em dez anos e não desvalorizar aquelas que conhece e já chumbou. Terá esquecido as vezes em que me ofereci para analisar projetos, prevenir erros e ajudar? À oferta responde “de si não aceito lições”!
Esqueceu a reunião de CM em que avisei que iria estar atenta e denunciar as ilegalidades existentes nas próximas intervenções?
Como justifica ter votado contra a proposta dos vereadores PS que previa a criação de um Plano plurianual, devidamente calendarizado e com a afetação de verba, para eliminação de barreiras arquitectónicas no espaço público e edifícios municipais?
ATG mostrou desconhecer a lei e repetiu a tentativa de me ridicularizar.
Afinal, vou mesmo ter que lhe dar lições... Redefina o perfil da rua, altere a hierarquia dos modos de mobilidade, priorize a circulação pedonal em detrimento da motorizada. Assim, terá condições para criar passeios seguros, confortáveis e respeitadores das NTA.
O PSD Feira faz oposição à oposição! O seu orgulho é superior ao sentido de responsabilidade, por isso passam atestados de ignorância a quem apresenta propostas ou deixa a descoberto falhas do executivo.
Não precisamos de oposição à oposição! Precisamos de competência, visão, conhecimento e humildade colaborativa entre partidos.