Somam-se os discursos políticos acerca da importância da coesão social e do desenvolvimento do território. Economia (indústria e comércio), diferentes modos de transporte e tecnologia, aliados à componente sociológica são os pilares em que assentam os diversos discursos sobre Coesão Socioterritorial.
Mais recente e finalmente, o grande desafio passou a ser o cruzamento das temáticas com a sustentabilidade urbana e ecológica.
A ONU definiu os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) calendarizando prioridades e aspirações globais para 2030. Estes ODS requerem uma ação à escala mundial de governos, empresas e sociedade civil para erradicar a pobreza e criar uma vida com dignidade e oportunidades para todos, dentro dos limites do planeta. Mais de 190 países assumiram o compromisso, entre os quais Portugal que aceitou cumprir 17 indicadores.
Técnicos e políticos têm-se debruçado sobre os indicadores parcelarmente equacionando tecnologia, modos de mobilidade, novos materiais e métodos de construção. Porém, o Planeamento Sustentável exige mais, convida-nos a repensar o Urbanismo para que seja a solução e união das peças.
Ao urbanista, médico do espaço público, do tecido social urbanizado, compete enquadrar a sociologia, salubridade pública e desenvolvimento, respeitando os recursos do planeta e a vida das diferentes espécies. Espera-se que seja capaz de mediar as necessidades reais, imaginadas e o conhecimento. Assim, nasce a vida entre os edifícios, a tão desejada qualidade de vida apregoada nos múltiplos discursos.
O futuro depende da visão abrangente e equitativa dos nossos governantes.
A cidade desejada e reclamada é a cidade mais: justa, humana e humanizada, social, eficaz e flexível. Esta é a cidade que se pretende para o futuro. A cidade que cuida e respeita a união entre bens sociais, bens naturais e flexibilização espacial, convidando à fruição do espaço público com conforto e qualidade para todos.
Em regra geral, o desenho das cidades tem resultado das vivências da sociedade urbana, partindo de pressupostos que nem sempre encontram eco nas necessidades reais. Muitas crescem por modismos e o Concelho de Santa Maria da Feira (SMF) é o exemplo disso. A aposta dos diferentes executivos PSD tem sido a aplicação de certas modas, cultivando a ideia de que estamos na mesma linha de evolução dos restantes municípios. No entanto, quando falamos em urbanismo e qualidade de vida, não basta querer parecer. É preciso ser!
Vejamos o Europarque, equipamento que deveria ser âncora, encontra-se de costas voltadas para SMF. Sem serviços de apoio, nomeadamente restaurantes, entre outros, sem oferta de transportes além do individual, desprovido de ciclovias, longe demais para ser acedido pedonalmente, rodeado de faixas rodoviárias e sem passeios na sua envolvente... A deterioração é visível, a sua manutenção é um sorvidor dos cofres municipais. No Europarque nada é sustentável, urbanística ou ecologicamente, e não há qualquer projecto ou intenção de que venha a ser. Infelizmente, este é só um exemplo num Concelho alheio aos factores de sustentabilidade socioterritorial.
Este é o desastroso resultado de 43 anos de PSD à frente dos destinos de SMF. Vivemos num Município onde há um ‘Rei que desfila nu’ deixando o governo na mão da gestão corrente e do investimento do sector privado.
O urbanismo é a solução... É fundamental eleger um executivo capaz de traçar uma direção assertiva, eficiente e respeitadora, algo que o PSD Feira nunca foi incapaz.
É hora de mudar!