O caso P. Parques assemelha-se cada vez mais a um rosário infindável de estórias feirenses. É um caso obscuro a cheirar a compadrios e favorecimentos a ‘amigos’, onde todos os Feirenses foram e pelos visto continuam obrigados a contribuir.
É o nosso caso Sócrates, só que invertido. No nosso caso, a Câmara, é que subsidia uma tal de amigo, a P. Parques.
Perante as últimas novidades sobre este processo, de tão surreais que são, até nos fazem duvidar sobre se vivemos num estado de direito e num país europeu dito desenvolvido. Com os últimos desenvolvimentos bateu-se mais um recorde, na verdade este senhor presidente está motivado em bater os recordes NEGATIVOS. Um escândalo que não envergonha nem presidentes nem vereadora. A desavergonha é total e generalizada.
Avancemos!
Já todos sabemos que o Município perdoou uma divida de uma década à P. Parques, avaliada em mais de meio milhão de euros. Escusa a senhora Vereadora, Helena Portela vir dizer que não é assim, porque enquanto não esclarecer o caso dos tais 33 lugares subtraídos, quando e onde foi retirado o primeiro dos 33 e em que data e porquê, que foi alegadamente subtraído o trigésimo terceiro, não pode ser levada a sério. Sugiro-lhe que de uma vez por todas, nos explique quais as ruas concessionadas, porque há indicações de que há agora lugares concessionados em ruas que não estavam e não estão referidas no caderno de encargos, portanto estamos a pagar onde não precisávamos.
Enquanto a senhora não der estas explicações aos Feirenses, corre o risco de se entender que tudo o que nos disser é um “rolho” de mentiras que serve para justificar o perdão/ajuda que a Câmara fez à empresa caloteira. Apesar destas explicações terem sido solicitadas inúmeras vezes pelos vereadores da Oposição, que quer o senhor Presidente queira quer não, também representa dezenas de milhares de Feirenses, continua a não haver respostas. O senhor Presidente, a senhora Vereadora não podem continuar a ofender a inteligência dos Feirenses, enterrando-se mais no lodo escuro e fétido com que parecem pretender marcar a sua gestão da política local.
Como se isto não bastasse, descobre-se agora que a empresa concessionária volta a incumprir o contrato firmado com a Câmara, logo com todos os Feirenses, mantendo em funcionamento os parcómetros e cobrando ilegalmente para além da hora estipulada no contrato: 17 horas.
Outra situação ilegal é que aquelas máquinas não dão troco e cobram períodos mínimos demasiado longos. Se colocarmos a moedinha e o valor passar o horário estipulado, a espertalhona não nos devolve o excesso. Se eu estaciono hoje não tenho que ir estacionar amanhã, só porque a máquina não me deu o troco. Seria como o senhor presidente da Câmara comprar um bilhete de avião de 100€, pagar-me com uma nota de 500€ e eu dizer-lhe; “Olhe Dr. Emídio nós não damos troco, mas guardamos o seu dinheirinho na nossa conta e fica com um crédito para quando necessitar de voltar a viajar”. Se não é uma completa vigarice, é uma ‘chico-espertice’ com que pretendem fazer os Feirenses de parvos e tudo com o aval da Câmara.
No que respeita à empresa… já escrevi o que pensava. O que mais me surpreende é a posição da Câmara nas pessoas do nosso presidente e vereadora, quando alertados para o facto e questionados sobre as medidas que tomaram para responder com mais uma irregularidade da empresa, a mesmíssima que nunca cumpriu o contracto com os Feirenses, escutamos incrédulos as seguintes respostas:
“Só depois de alguém apresentar queixa nos serviços é que actuaremos”
Portanto, se nós soubermos que há alguém a roubar, a matar, a violar, só quando acabar o trabalhinho e se, notem bem, Se o ofendido apresentar queixa, é que nós actuamos. Ficamos a saber que se a Câmara estiver a arder, o senhor Presidente só chama os Bombeiros depois de algum munícipe apresentar requerimento para apagarem o fogo. De verdade não dá para acreditar, pasmo e questiono-me: onde estávamos com a cabeça quando pusemos esta gente a governar o nosso Concelho? Só espero que no futuro e em altura própria nos lembremos destas situações e façamos um voto responsável e consciente.
ESTÁ DITO, os tipos ficam com o nosso dinheiro. Mas como nós não fomos a um gabinete da Câmara queixarmo-nos, eles fingem não saber a proveniência do dinheiro. Uma vez mais fiscalizar e actuar é coisa que parece não acontecer na nossa Câmara, pelo menos com estes senhores, apesar de a Drª Helena Portela ter referido que houve inspeção por parte da Câmara. Como, a quê, por quem ou a quem é o que não sabemos. Das duas uma, ou a inspecção não aconteceu, ou então os inspectores são uns incompetentes porque a situação mantem-se ou manteve-se assim até a polémica rebentar na comunicação social e com os Vereadores da Oposição a pedir esclarecimentos.
Então nós temos funcionários que vão para a rua fazer o seu trabalho e não informam a vereadora das irregularidades que encontram? Quem acredita nesta mentira?
Se houve mesmo inspeção, pois que nos informe como, quando, por quem! Basta de atirar para o funcionário menor as responsabilidades das “borradas” que fazem. Haja decência.
Para piorar, parece haver uma circunstância bem mais grave, que roça a ilegalidade, senão for mesmo crime. Uma eu sei que é: IMORALIDADE, demonstrativa do caracter dos nossos governantes. Eles não estão nem aí…
Na mesma reunião, a vereadora Margarida Gariso questionou o presidente da Câmara sobre quem estava a ficar com os valores recolhidos. Resposta do Drº Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Sim, coloco todos os títulos e cargos na esperança que em algum momento das suas vidas façam uma reflexão sobre as responsabilidades que títulos e cargos nos devem transmitir:
“…40% para a Câmara e 60% para a concessionária”
Absurdo! O nosso próprio presidente da Câmara admite que recebe e guarda dinheiro recolhido ilicitamente aos Feirenses. Mas que é isto? Onde estamos a viver? Acordemos Feirenses!
“Não há como devolver, não sabemos a quem e quanto teríamos que devolver aos lesados.”Onde será que já ouvi esta conversa de gente duvidosa?
Até pode ser verdade e compreendo esse dilema de fácil resolução para pessoas sérias ou apanhadas desprevenidas com as irregularidades de outros. O nosso presidente e vereadora tirou o curso com o Drº Ricardo Salgado, coitado esse até reza pelos lesados do banco.
Quando se é sério não nos envolvemos em situações duvidosas e se tivermos o azar da má sorte nos bater à porta, não devemos descansar até encontrarmos uma solução. Não foi o que aconteceu. O presidente não nos disse: “se há dinheiro cobrado ilegalmente vamos suspender a situação, e resolver o problema e em conjunto encontrar uma solução para desassociar as nossas pessoas a esse facto.” NADA, tranquilamente aceitou o dinheiro “roubado” mantendo-o no cofre da Câmara. Agora aquela casa dos Feirenses é também um recétaculo do produto de furtos feitos a nós próprios.
Senhor presidente, e Cara Senhora vereadora vou sugerir-vos uma alternativa para minimizar as vossas más e incompetentes decisões, peguem na verba até hoje recebida da P. Parques e ofereçam a uma instituição de solidariedade, criem uma bolsa de estudos, ou então mandem rezar umas missinhas para remissão dos vossos pecados governativos, que bem precisados estão.
(a sugestão que vos deixo é séria excluindo a da missa, claro…)
Para terminar. Agradeço aos senhores deputados da Assembleia Municipal do Bloco de Esquerda e da CDU que não deixam cair o assunto e exigem respostas sobre um “assalto” que tanto lesou os Feirenses e que nos deixou a todos com cara de palermas, perante uma pessoa pouco séria que tem sorte de ter governantes locais como amigos. Obrigado aos senhores Vereadores da Oposição pela sua persistência no combate desigual que enfrentam com este Poder que tem demonstrado não mais merecer a confiança dos Feirenses. Concelhia e Concelhias…., nem vê-las!
Cores partidárias são-me indiferentes, na verdade não as suporto, não estou ligado a nenhuma e de todas quero distância, mas não posso esquecer os Feirenses que se apresentam a lutar na defesa dos nossos interesses, mesmo quando não recebem de nós um reconhecimento pela dura batalha.
Não, não somos todos iguais. Nas diferenças encontramos uns melhores, outros menos bons, mas outros ainda verdadeiramente maus. Péssimos.