Desde 2009 que ouço respostas inacreditáveis do Presidente, de Vereadores e de representantes do PSD na Assembleia Municipal (AM), relativamente à falta de acessibilidade. Por exemplo, AM 2014: “Todos sabemos que é importante, mas em épocas de crise como a que atravessamos, temos que perceber as circunstâncias e compreender as prioridades.”
Para o executivo PSD a acessibilidade é um ato de caridade e opcional. Como se a aplicação da lei fosse opcional. Questionado na última AM, por Filipe Moreira da CDU, acerca da acessibilidade nos edifícios municipais, Emídio Sousa (ES) respondeu: "Os edifícios municipais são todos acessíveis, podem é não ser acessíveis para todos!"
Nada de novo, responde com a arrogância e tom provocatório que está habituado a ter com a Vereação Socialista, em especial comigo por ser o membro que mais o questiona sobre a matéria.
O PS tem proposto que, em Orçamento Municipal, seja prevista uma verba anual para o levantamento e eliminação das barreiras arquitetónicas. Propomos a criação de um plano de ação com definição de prioridades, orçamento e prazos, consertado com o diagnóstico resultante de um levantamento rigoroso. A resposta reiterada do PSD: “Não há qualquer necessidade de destinar uma verba porque fazemos bem mais do que isso diariamente. Não precisamos de fazer esse levantamento porque conhecemos bem o nosso território e sabemos onde estão as barreiras.”
Disponibilizei-me para ajudar e analisar projetos de futuras intervenções, nomeadamente o da Quinta do Castelo. O objectivo era garantir que as intervenções passariam a contemplar soluções de acessibilidade eficientes. A reação veio de um Vereador PSD: “Quem é a senhora? Quem legitimou o seu currículo para vir agora querer dar-me lições de acessibilidade? Eu de si não aceito lições!”
Apesar da falta de respeito inerente a esta provocação, disponibilizei-me para explicar o meu percurso profissional e especialização na área em questão. Trata-se de percurso longo, bastante ativo, preenchido e reconhecido internacionalmente, fruto exclusivo do meu trabalho e empenho.
Recentemente abordei ES, no sentido de perceber o processo relativo ao inquérito enviado pela I.G. de Finanças e as razões que motivaram o adiamento de resposta à questão que coloquei. A minha insistência incomodou ES, ao ponto de me acusar de falta de respeito.
Falta de respeito Sr. Presidente, a sério?Falta de respeito tem o Sr. para com os feirenses e os Vereadores do PS.
Fora das reuniões de Câmara veste a capa de autarca sensível e preocupado, quando na realidade se preocupa mais com a imagem do que com as decisões que toma. O marketing político acima das necessidades do Concelho, bem ao jeito do PSD Feira.
Considero que basta!
Esta Câmara não pode continuar na ilegalidade com a irresponsabilidade a que se habituou.
Garantir a acessibilidade não é um favor, não é um ato de caridade opcional, como o PSD Feira tem feito crer. É uma questão de cumprimento de lei e de respeito pelos direitos de todos e não só de alguns, como o Sr. Presidente acha!