Já ‘muita tinta se gastou e muita água correu por de baixo da ponte’, e muita mais vai correr. Aos poucos vamos sabendo mais e mais informação sobre o processo de concessão do estacionamento pago em Santa Maria da Feira. O meu primeiro alerta foi quando o nosso presidente de Câmara afirmou que tinha receio que o Tribunal de Contas não aprovasse o acordo. Isto quer dizer que este acordo é lesivo para o erário publico, caso contrário já mais o Tribunal de Contas se manifestaria contra. Aquilo que se veio a saber confirmou esta suspeita. A Câmara perdoa grande parte da dívida. O presidente da Câmara usa uma argumentação curiosa, confusa, retorcida e até falsa para confundir o “povo”. Alguns aceitaram a sua afirmação de que a Câmara não perdoa um cêntimo, ele só não consegue explicar como. Pelo que pude ler da Reunião de Câmara que aprovou o acordo, a vereação Socialista sustentou uma análise bem mais credível. Mas a falta de uma explicação cabal acabou por levantar um outro alerta. Se a Câmara tivesse feito tudo bem e se não tivesse nenhum ‘rabo caçado’, precisava de contratar uma equipa da tão conceituada PwC (consultores jurídicos) para fazer este acordo ruinoso? Resposta óbvia. Claro que este ‘gato’ estava escondido, mas tem um longo rabo de fora. O problema da Câmara Municipal é que deu à exploração menos 33 lugares do que o que estava previsto na concessão. O incumprimento do contrato foi em primeiro lugar da Câmara Municipal e não da empresa P. Parques. Isto sim, justifica a precaução e o embaraço com que a Câmara aborda o assunto.
Resumindo, a empresa P. Parques consegue um desconto fantástico pela incompetência da Câmara Municipal e, em última análise, do Executivo que dá aval a estas decisões. Não será preciso recordar que os intervenientes por parte da Câmara Municipal no concurso da exploração são os mesmos que conduzem os destinos do Concelho hoje em dia.
Resumindo ainda mais, a incompetência do Sr. Presidente da Câmara, Emídio Sousa, custou 580 mil euros a todos nós feirenses. Penso que quando não se sabe contar até 33 não se devia ser presidente de Câmara. Tenho pena de não ver mais pessoas a dizer as coisas com esta frontalidade. “Uns pensa outros dizem e outros nem por isso.”