Não sou um pai da democracia mas sim um filho, e é nesse direito que sinto a necessidade de exteriorizar o meu sentimento. Um sentimento que se foi desenvolvendo nas últimas participações que efetuei em atividades públicas políticas. Ficou a sensação de que cada um dos players políticos da atualidade tenta criar o seu prato político de acordo com um menu muito diversificado. Temos aqueles que seguem uma dieta equilibrada, atuando com honestidade intelectual, respeito pelas instituições e pelos representados e, acima de tudo, com uma inteligência democrática que lhes permite tolerar as ideias dos outros. No outro extremo, temos os que colocam no prato excesso de gorduras e hidratos de carbono, que os deixa enfastiados e com défice de clareza democrática.
Na última Assembleia Municipal extraordinária de Santa Maria da Feira, dedicada ao tema Milheirós de Poiares, verifiquei, com algum pesar, que o representante da Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares, com os seus atos, se posicionou neste último grupo. Apresentando-se fora de horas e na companhia de alguém que se auto proclamou representante dos milheiroenses, quais Dupond e Dupont, na incapacidade de ouvirem, discutirem ideias, no local privilegiado da democracia para o fazer, decidiram abandonar mais cedo a sessão, em forma de protesto. Protesto pela atividade democrática.
Dá que pensar! Fez-me lembrar os tempos de miúdo e os jogos de futebol, em que perante uma goleada, e na incapacidade de fazer melhor, havia sempre um amigo que embirrava e fugia para casa mais cedo.