Ao abrigo do Direito de Resposta, consagrado na lei nº 2/99 de 13 de janeiro, arts 24º, 25º e 26º, venho solicitar a V. Exª a publicação deste texto.
Desde há algum tempo que venho lendo no jornal que V. Exª dirige ataques pessoais à minha pessoa, muitos deles assinados pelo administrador Jorge Andrade, sem qualquer fundamento, nem qualquer justificação.
Apesar de considerar, desde o início, que tal se insere numa campanha persecutória e de cariz difamatório, fui levado a pensar que o bom senso imperaria, numa qualquer fase do caminho, na cabeça dos seus autores.
Hoje sou levado a pensar que fui demasiadamente otimista.
Conheço bem as regras do combate político e aceito com tolerância as críticas, mesmo as mais injustas.
Sempre conduzi e continuarei a conduzir os destinos da Câmara Municipal com elevado sentido institucional, de acordo com as mais elementares regras da convivência democrática.
Mas o que não tolero nem tolerarei jamais é o insulto, a difamação, o ataque pessoal.
No seu último escrito, foi ultrapassada a fronteira entre a crítica institucional ao Presidente da Câmara, com a qual convivo bem, e o ataque pessoal ao cidadão feirense Emídio Sousa. E isso não lhe permito.
Nem perco tempo a desmontar um por um os seus fracos argumentos. Os feirenses sabem que defenderei intransigentemente os seus direitos e os seus interesses, assim como os mais altos interesses do concelho de Santa Maria da Feira, enquanto me honrarem com o seu voto.
Os feirenses sabem-no bem, por isso me deram, e à minha equipa, a mais elevada votação de sempre em eleições autárquicas há pouco mais de um ano.
Quanto aos insultos e ataques pessoais, quero também lembrar-lhe que não os confundo com a instituição "Correio da Feira", um jornal centenário, insigne depositário da memória de Santa Maria da Feira e das Terras de Santa Maria.
Por isso lhe sugiro que respeite o legado histórico do "Correio da Feira", e de todos os ilustres feirenses que ao longo dos anos aí escreveram páginas e páginas de elevado sentido crítico, capacidade intelectual e brilhante teor literário. Não os devemos esquecer e, sempre, homenageá-los com a nossa ação.
E, por fim, deixe-me que lhe diga que também eu não desisto, nunca desistirei, das minhas convicções, em defesa e preservação do meu bom nome, e em prol da defesa dos superiores interesses dos feirenses e de Santa Maria da Feira.
Nota da Direcção
Preocupou-me seriamente, o tom da missiva que me foi remetida, assinada pelo nosso estimado Leitor – e, na circunstância, também presidente do Município – Emídio Sousa. Porque a memória já me vai falhando (o que, acredite-se, não é mau de todo para alguns); e, principalmente porque não sou infalível, fiz um escrutínio do que acima se refere, acabando por, afinal, encontrar severas críticas (também) à actuação do executivo, assinadas por Jorge de Andrade, quase todas elas ou sustentadas (pelo menos na maneira de ver do autor) e/ou profusamente ilustradas. Ou seja, tanto quento me é dado interpretar, o fundamento, está lá; e a justificação, é a da legitimidade que advém a qualquer cidadão – seja ele quem for – para avaliar e criticar o desempenho de quem se ofereceu (e é pago) para o representar.
No que concerne a pretensos insultos, difamação e ataques pessoais, não os vislumbro, mais me parecendo que o assumidamente político Emídio Sousa, estará a subestimar os estimados émulos Leitor e Presidente do Município. Aliás, tal interpretação nem se me afigura apropriada a quem “conhece “bem as regras do combate político e aceita com tolerância as críticas, mesmo as mais injustas”. É por isso, por exemplo, que no respeitante aos encómios a este “jornal centenário”, o poupo, por agora, ao desmonte do cenário.
- Propositadamente, deixei para final a reacção ao seu (infeliz, digamos assim) comentário acerca da inserção de tais críticas numa “campanha persecutória e de cariz difamatório”, referindo-se “aos seus autores” (assim mesmo, autores, no plural…)
Fiquei varado, senhor presidente Emídio Sousa… Não pelo argumento, que já não consegue surpreender, mas pela jogada magistral com que me remeteu (enquanto Jornalista e Director deste Jornal) à iminente derrota, no xadrez do faz-de-conta. Com aquele ‘essezinho’ malandro, o senhor chamou-me à liça; levou-me o bispo; derrubou-me a torre; e (quase) tomou a rainha… Xeque-Mate?!
(Olhe; estou tão descoroçoado, que só lhe respondo ao despautério na próxima edição… Espero que não o considere um insulto, nem veja nisso laivos persecutórios.)
Orlando Macedo