Em reunião de Câmara de 27 de Dezembro de 2016, fui acusado pelo Vereador do Pelouro da Cultura da C.M. Stª Maria da Feira, Gil Ferreira, cujas declarações foram publicadas nos jornais do concelho, Correio da Feira e ex-Terras da Feira a 2 de janeiro de 2017, em que fui acusado de ser o único responsável por no Centro Cívico, denominado Feliciano Martins Pereira, não ficar com espaço para acolher o espólio doado pelo Padre Domingos A. Moreira para o pólo de Pigeiros.
Todas as acusações de que fui alvo são falsas. O Sr. Vereador com a intenção de ilibar as responsabilidades da Câmara culpa-me a mim por ser o elo mais fraco. O Sr. Vereador não tem conhecimento de como o processo decorreu, pelas responsabilidades que tem e no caso de dúvidas devia ter questionado o Executivo anterior para saber como as coisas decorreram. Dado o seu desconhecimento, vou informá-lo:
Em 2004, a Junta de Freguesia presidida por mim, com a ajuda da Câmara, comprou o terreno ao lado da sede da Junta para aí ser construído um Centro Multiusos pois a freguesia não possuía qualquer espaço para a realização de eventos, nem sedes para as coletividades.
Foi solicitado à Câmara um primeiro estudo que contemplava dois pisos para o edifício, com o compromisso de ajuda do Ex-presidente da Câmara Sr. Alfredo Henriques na sua construção.
Os serviços Técnicos da Câmara informaram que íamos ter dificuldades na sua edificação porque o seu custo seria muito elevado. O assunto foi apreciado pela Assembleia de Freguesia, tendo sido decidido construir o edifício só com um piso. Desta forma, evitar-se-ia a instalação de um elevador e a sua manutenção. O piso 1 ficaria com 606m2 de área que satisfazia o que era pretendido se a Câmara assim o decidisse.
Entretanto, surgiu a doação do espólio do Rev. Padre Domingos A. Moreira e, em conjunto com a Junta de Freguesia, a Câmara avançou com um estudo para contemplar a colocação desse espólio. Com o apoio da Câmara, a Junta de Freguesia concorreu a uma candidatura ao PRODER para a construção do edifício, que foi contemplada com 200 mil euros. O custo da construção do edifício mais o mobiliário incluído não podia ultrapassar os 400 mil euros para ser aprovada. Para que a candidatura pudesse ser aprovada, a Câmara reduziu a área do projeto de 606 m2 para 522m2, ficando o edifício reduzido em 84m2, o que comprometeu o que era pretendido, ficando a Biblioteca só com 55m2, insuficiente para acolher o espólio doado.
Por várias vezes, alertei o Sr. Presidente da Câmara de então, Sr. Alfredo Henriques, que os sobrinhos do Sr. Padre diziam que o espaço era pequeno para acolher o espólio. Informei ainda que o testamenteiro, Dr. Cândido dos Santos, não iria aceitar. Recebi como resposta do Sr. Alfredo Henriques para não me preocupar, quando alguém comentasse algo comigo para mandar falar com ele.
Quando o edifício estava em construção, os sobrinhos do Sr. Padre e o testamenteiro verificaram que o espaço era pequeno. Sugeriram-me para transmitir ao Sr. Emídio Sousa, novo Presidente da Câmara, que aceitavam que a biblioteca passasse para a Ex-sede da Junta desde que recebesse as obras necessárias. Falei com o Sr. Presidente da Câmara que aceitou a sugestão.
Sabe porque tudo isto aconteceu Sr. Vereador? Porque a Câmara evitou dispender mais verba para que o edifício ficasse com as dimensões necessárias para o que era pretendido. E agora sentindo-se culpados porque aceitaram a doação nas condições impostas pelo Sr. Padre, viram-se obrigados a aceitar a sugestão. Se calhar gastando mais verbas do que evitar reduzir a área do Centro Cívico. O Sr. Padre refere no testamento que no pólo de Pigeiros o seu espólio doado seria alojado em sala ou salas próprias com o seu nome na porta da sala. Padre Domingos A. Moreira, Abade de Pigeiros, depois de estar a casa pronta. A casa pronta que o Sr. Padre se refere no testamento era o edifício que ele tinha conhecimento que nós tencionávamos construir.
Por isso, o intento do Sr. Padre não foi cumprido e a responsabilidade não é minha mas sim da Câmara porque se tivesse projetado os espaços com as devidas dimensões, o nome do Sr. Padre estaria nas portas das salas como ele pretendia e a nossa biblioteca já estaria a funcionar em melhores condições e com mais dignidade do que na antiga Sede da Junta.
Quanto ao nome atribuído ao Edifício, que ao Sr.Vereador custa a pronunciar, foi votado democraticamente por voto secreto pelos Pigeirenses, no dia 26 de outubro de 2014.
Será que me teria feito estas injustas acusações se tivesse sido eleito pela sua cor partidária?
Para terminar, sei que lhe vai custar Sr. Vereador, mas espero que se informe de toda a verdade e se sinta na obrigação de numa reunião de Câmara desmentir todas as acusações que me fez para que os Pigeirenses saibam porque motivo o espólio doado pelo Rev. Padre Domingos A. Moreira destinado ao Pólo de Pigeiros não foi colocado no edifício denominado pelo povo de Pigeiros como Centro Cívico Feliciano Martins Pereira.