Mais uma vez uma seleção nacional de jovens futebolistas conquistou para Portugal mais um título. Carlos Queiroz, o tal ‘mal-amado’ por alguns que vivem do futebol – as suas palavras proferidas há anos, e que, por acertadas, causaram incómodos a certos ‘servidores’ da modalidade – abriu-nos os caminhos dos êxitos, e, nos últimos anos, esses êxitos têm-se repetido.
Agora foi a equipa Sub-19, quase a mesma que dois anos antes já tinha conquistado o título europeu dos sub-17, que trouxe para o nosso País o título. O trabalho iniciado por Carlos Queiroz, nos últimos anos melhorado pelos responsáveis pela Federação Portuguesa de Futebol, a valia dos nossos técnicos, e a classe dos nossos atletas, projetam o nosso futebol jovem para um patamar superior.
Não esqueço o título conquistado pelos ‘maiores’. Um grande feito do futebol nacional. Uma alegria enorme para as nossas gentes, mesmo para aquelas que não ligam ‘patavina’ ao futebol.
Mas o futebol que nos levou ao título conquistado em Paris esteve longe de se assemelhar ao que na Finlândia nos possibilitou a conquista do Europeu Sub-19. Em França, foi bom o resultado, nunca, sequer, foi razoável o futebol praticado. Na Finlândia, o resultado foi o corolário das excelentes exibições dos nossos jogadores.
Mas mais que o êxito dentro das quatro-linhas, enorme, só possível pela competência da equipa técnica e classe dos jogadores, devemos enaltecer a maturidade revelada pelos atletas.
No relvado, ou fora dele, os jovens dirigidos por Hélio Sousa evidenciaram sempre uma postura que fazem deles um exemplo.
O senhor Presidente da República, na receção que proporcionou à equipa, disse que os atletas eram “um bom exemplo para todos, sobretudo para os mais jovens”. Com certeza que sim.
Mas, senhor Presidente: eles, estes jovens que nos trouxeram o título da Finlândia, são mais que isso. São um grande exemplo para os mais velhos. Sobretudo, para aqueles que andam no futebol, e fora das quatro-linhas se fartam de o maltratar.
A temporada ainda não se iniciou. E quando nos relvados os jogadores procuram a forma de melhor servirem o futebol, fora desses relvados, depois de um pequeno interregno, durante o qual se disputou o Mundial na Rússia, os mais velhos iniciaram as hostilidades. E, desta vez, nem foram os famigerados “diretores de comunicação” os protagonistas. Não: foram os seus superiores. Os que deveriam servir de exemplo aos mais novos.
O mais curioso é que agora são precisamente os mais velhos a darem os maus exemplos.
Os nossos campeões Sub-19, pelo título conquistado, mas, sobretudo, pela postura demostrada, pela camaradagem que revelaram, apesar de na equipa estarem jogadores oriundos de várias procedências e de clubes, nos quais alguns bastante mais velhos que eles, querem ver como inimigos, demostraram uma maturidade que fazem deles campeões fora e dentro das quatro linhas.
E neste futebol português ser bom, simultaneamente dentro e fora das quatro linhas, é muito difícil!
Porque, no lote dos campeões, está integrado um jovem feirense (o guarda-redes, Ricardo Benjamim, de S. João de Ver, neste momento jogador do Deportivo da Corunha, que pode fazer ainda melhor do que fizeram outros guarda-redes do nosso concelho que brilharam no futebol nacional, como Américo, Pedro, Cardoso, Pinto ou Rufino, por exemplo) também nós estamos duplamente orgulhosos. Como portugueses e como santamarianos.