Agradecimento
Como adiante se perceberá, o encerramento do período oficial das comemorações dos 120 do Correio da Feira ficaria empobrecido sem o testemunho do Sr. Vereador da Cultura, Dr. Gil Ferreira.
As justificações pelo atraso da publicação do texto abaixo são devidamente apresentadas pelo autor, cabendo-nos agora o dever de, uma vez mais, apresentar os nossos agradecimentos à Câmara Municipal, na pessoa do Senhor Presidente e muito em especial do Senhor Vereador da Cultura, pela forma amiga e disponível como sempre nos receberam e dialogaram com a administração e a direcção, na apresentação de ideias e discussão da realização das mesmas, com o objectivo de se dignificar a passagem dos 120 do Correio da Feira.
Ao serviço dos Feirenses,
Correio da Feira
Escrever sobre o percurso centenário do Correio da Feira, no encerramento das comemorações dos 120 anos, é para mim, enquanto feirense, uma enorme honra. Tenho sempre muito presente o papel que este órgão da comunicação social local teve como tem na minha existência, desde as visitas escolares à secção de impressão ainda por carateres móveis (tipos fundidos), sempre acompanhadas das afetuosas palavras da Dona Brizida e da Dona Luísa, até à data presente.
Quero, contudo, começar por assumir a minha culpa, “minha tão grande culpa”, pelo caráter extemporâneo que esta reflexão possa parecer aos leitores e, sobretudo, no contexto editorial. Em boa verdade, não obstante, muito cordial e atempadamente, me tenha sido concedido este espaço e solicitado um texto para o encerramento deste ciclo comemorativo, só à minha (ir)responsabilidade se deve o atraso no envio do texto para o Correio da Feira.
Nota dada, culpa assumida, comecemos.
Importa reconhecer o importante papel da imprensa na democratização do acesso à informação e, simultaneamente, no contributo para registo e arquivo dos factos que fazem a nossa história local. Por tal, a minha primeira reflexão só pode ser de gratidão pelo contributo deste correio centenário que testemunhou duas viragens de século, entre a monarquia e a república, transportando o presente para o futuro e assim fazendo jus ao passado.
Num ano particularmente grato para Santa Maria da Feira, Ano Europeu do Património Cultural, o património imaterial associado ao testemunho do Correio da Feira sobre um concelho, uma região e um país (que, entretanto, se fez europeu) deve ser valorizado como uma marca nossa, pois esteve sempre presente nos momentos significativos deste concelho, desde 1897 até hoje. Se neste importante ano dêmos, dentro da nossa programação na V Capital da Cultura do Eixo Atlântico em Santa Maria da Feira, particular relevo à memória coletiva, não devemos nem podemos deixar de destacar o contributo que o Correio da Feira neste processo de construção de memória(s).
Caiu a Monarquia, veio a Primeira República, chegou o Estado Novo, fez-se o 25 de Abril e, entre revoluções diversas, o Correio da Feira esteve sempre presente.
Durante todo este período, ao nosso concelho chegou o comboio, fizeram-se dois hospitais, infraestruturas viárias, de fornecimento de energia elétrica e de água, rede de saneamento, telefone, rádio e televisão, edificaram-se importantes equipamentos estruturantes nas áreas do ensino, da saúde, da cultura e de diversas respostas sociais, urbanizaram-se e ruralizaram-se espaços, mais tarde chegou a fibra ótica e, entre os acontecimentos que fizeram a centralidade de Santa Maria da Feira, o Correio da Feira esteve sempre presente.
No concelho, como no país e até na diáspora, o Correio da Feira faz parte da “nossa Cultura” e tem sido o elemento de ligação entre tantos feirenses. Do papel à era digital tem feito da nossa história a sua missão e por tal só vos podemos estar gratos.
Convido todos os feirenses a conhecerem o legado deste órgão da comunicação social local, que nos acompanha desde 1897, no sítio da Biblioteca Municipal, em www.biblioteca.cm-feira.pt, no menu reservado à História Local, onde entre todos tantos outros números do Correio da Feira, podem encontrar o bonito jornal nº 1, de 11 de abril de 1897.