Apesar de o socialista sanjoanense Pedro Nuno Santos (secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares) ser apontado como o principal apoio da secessão
milheiroense para S. João da Madeira, o Correio da Feira sabe que também os deputados eleitos pelo círculo de Aveiro João Almeida (CDS) e Susana Lamas
(PSD) estão fortemente envolvidos no processo. A eles junta-se ainda o presidente do Município de S. João da Madeira, Jorge Sequeira, que não esconde a pretensão
de aumentar o território do seu minúsculo concelho, à custa do vizinho feirense, sem que haja eco de reacção fogaceira...
Sabendo-se que o Bloco de Esquerda ainda que, por via indirecta (a pretexto do respeito devido ao resultado do famigerado Referendo de 16 de Setembro de 2012)
também apoia a pretensão, a última esperança de integridade territorial do concelho feirense pode residir agora na posição de irredutibilidade que o PCP tem vindo a
demonstrar sobre a matéria.
Recorde-se que, tal como já aqui havíamos feito referência, os comunistas têm manifestado sérias dúvidas face a alguma facetas do processo, nomeadamente no
que concerne à representatividade dos votantes naquele referendo. Um dos argumentos, tem sido o de que não cabe apenas aos milheiroenses pronunciar-se
sobre o fracionamento do território feirense.
Por agora, tanto quanto é possível perceber-se, nem o PS nem o PSD estão receptivos a arriscar uma ‘nega’ parlamentar ao processo de secessão, caso se
mantenha a posição de irredutibilidade por parte do PCP…
Pigeiros à espera…
Entretanto, o nosso jornal apurou que, ainda antes de encerrar para Férias, os serviços da Assembleia da República notificaram a comissão promotora da
“reposição” da freguesia de Pigeiros, dando conta de que a ‘Petição’ reivindicativa da reposição da Freguesia de Pigeiros” já está formalmente na posse daquela
Comissão Parlamentar.
Tal como o CF noticiou, em meados de Junho uma delegação de feirenses – encabeçada por António Cardoso – deslocou-se à AR para entregar, em mão,
aquele documento, assinado por mais de 4.200 cidadãos, na expectativa de que ainda durante a actual legislatura, a situação de Pigeiros (e do Vale e Guisande)
possa ser revertida, no sentido da autonomia administrativa do território daquelas freguesias feirenses. O assunto passa agora a ser gerido no âmbito da Comissão –
a que preside Pedro Soares, do Bloco de Esquerda – sendo de admitir que a solução acabe por vir a ser integrada na expectável reformulação da ‘Lei Relvas’, de
que se tem vindo a falar cada vez mais insistentemente. Outra das hipóteses dilatórias, passa pelo enquadramento no processo de Descentralização
(alegadamente) em curso, solução politicamente quase-perfeita para quem não queira arcar com o(s) ónus da resolução final.
Seja qual for o desfecho, o que não parece exequível é que, em vésperas de eleições, quer o governo, quer os partidos, na sua generalidade, se disponham a
viabilizar soluções-avulso.
Até lá, fica Pigeiros à espera… com Vale e Guizande particularmente atentos.