Os encarregados de educação exigem obras imediatas perante um cenário de inundações e humidades no estabelecimento de ensino, agravado pelas chuvas das últimas semanas. O Executivo admite o problema, garante a obra, mas alerta que implicará necessariamente a deslocalização dos alunos.
A denúncia à comunicação social partiu de “uma encarregada de educação, de uma criança de quatro anos que frequenta a Escola Básica de Espargo, desde setembro de 2021”, dando conta de odores desagradáveis, paredes com humidade e bolor, e inundações na referida unidade escolar.
A mesma fonte fala em “condições desumanas”, pede “uma solução imediata” para um edifício com “problemas de base”, e garante que o assunto já tinha sido reportado, há cerca de um ano, à Câmara Municipal sem que tenha sido resolvido. Com as chuvas intensas que se fizeram sentir nos últimos dias a situação agravou-se e os encarregados de educação voltaram-se a queixar, sexta-feira, 30 de dezembro de 2022, e esta terça-feira, 3 de janeiro de 2023, no pelouro da Educação, sem efeitos práticos, temendo pelo bem-estar e saúde das crianças.
O assunto acabou por ser depois tema no período antes da Ordem do Dia da última reunião de Câmara, de 3 de janeiro. A vereadora do PS, Manuela Alves, começou por afirmar ter tido conhecimento das “condições deploráveis para o exercício das funções de docência, para os alunos e restante comunidade escolar” da Escola Básica de Espargo e questionou o Executivo sobre quando será efetuada uma intervenção que resolva a questão.
O vereador das Obras Municipais, Amadeu Albergaria, admitiu que se trata de “um problema que tem preocupado vários pais e com muita razão”, assumindo, ainda, que o mesmo está relacionado com “um lençol freático que causa inundações e humidades no edifício”. “É um problema estrutural, que foi reportado logo no início deste mandato. Em contacto com a Junta de Freguesia e as associações de pais do Agrupamento de Escolas, avançámos imediatamente para um processo de abertura de concurso público, que está fechado, para resolver estruturalmente o problema”, disse, também, antes de sublinhar que a intervenção terá necessariamente de obrigar a uma deslocalização dos alunos. “Temos condições para dentro em breve entrarmos na obra estrutural, que significa sempre uma deslocalização de alunos porque naquela escola não existe a possibilidade de lá manter os alunos durante a obra, nem tão pouco colocá-lo no recreio porque é diminuto para pôr salas modulares. Assim, o que foi feito pelo pelouro da Educação foi entrar em contacto com as associações de pais, professores e agrupamento para anteciparem a deslocalização dos alunos, ou seja, encontrarem uma solução com o menor desconforto para os pais, alunos e professores, para ver se é possível fazer essa deslocalização nos próximos dias e entrar definitivamente com a obra para resolver o problema do ponto de vista estrutural”, explicou Amadeu Albergaria.
Entretanto, na manhã de quarta-feira, 4 de janeiro, decorreu uma concentração promovida pelos alunos e encarregados de educação da Escola Básica de Espargo, contra as más condições em que todo o equipamento escolar.