Há meses, muitos meses, os fianenses sofrem com o arrastar das obras de requalificação do centro da cidade. Planeadas há mais de 15 anos, as obras que deveriam ser de beneficiação, mais não passam que uma ação de cosmética.
Excetuando as obras que decorrem no arraial, também há demasiado tempo, pois há muito que se encontram a hibernar, que, dizem os entendidos na matéria, estão a ser bem feitas, embora padeçam da mesma maleita, isto é, da falta de qualidade de alguns dos materiais ali aplicados, todas as outras de responsabilidade de outro empreiteiro deixam muito a desejar.
Basta uma olhadela pelas obras já executadas para se avaliar da falta de qualidade das guias dos passeios. Antes, ali, junto aos correios, bombas Galp e café Monte Carlo, as guias dos passeios eram de granito. Agora, as de granitos desapareceram para lugar incerto, sendo substituídas por guias de betão, algumas já em estado de decomposição, mostrando muitas sinais de evidente deterioração.
“Entendo que no centro da freguesia as guias dos passeios deveriam ser em granito”, disse-nos, no princípio de agosto, o vereador Topa Gomes. Mas o vereador disse-nos mais: “não entendo porque colocaram estes paralelos de refugo nestas duas ruas (Santo Amaro e rua da Igreja) junto à Igreja. Por mais dois euros, o metro quadrado, poderiam ter colocado paralelos de primeira”, acrescentou Topa Gomes.
Estacionamento e passadeiras
São assim as obras na cidade, já consideradas por alguns fianenses como ‘obras de Santa Engrácia’. Mas o que dizer da falta de lugares para estacionamento e para a ausência de passadeiras em locais em que a sua falta não se compreende?
Junto às bombas da Galp e do Café Monte Carlo há apenas três lugares para estacionamento. E estes, porque os protestos dos moradores e comerciantes levou que lá fossem colocados, contrariando o projeto inicial, que nada contemplava.
Mas pior é o que acontece junto à farmácia. É inadmissível a ausência de um ou dois lugares junto a um serviço que sendo privado é do interesse público. Tanto mais que além da farmácia ali está sediada uma clínica médica que deveria também ser contemplada com um lugar de estacionamento.
Acontece isto quando os projetos são de gabinete, cozinhados por técnicos que não conhecem a realidade das populações e são executados sem a devida fiscalização.
Quanto a passadeiras, ou da falta delas, apenas uma pergunta: porque retiraram a que da rua Santo Amaro dava para o parque de estacionamento junto à Segurança Social? E a da Rua 25 de Abril, em frente à farmácia, que desapareceu para parte incerta?
Obras morosas, mal planeadas, e, sobretudo mal executadas. Mas há mais: no final da semana passada, finalmente, retomaram os trabalhos no arraial, junto ao cruzeiro. E o que fizeram os responsáveis: cortaram o trânsito (foto), não disponibilizando alternativas aos automobilistas que circulavam para norte. Foram dias de pandemónio, de protestos, mas, pelo menos até terça-feira passada, nada tinha sido feito para repor aquela aberração.
Enfim: ‘Fiães a andar’, diz um slogan que circula nas redes sociais.
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