Politicamente falando, praticamente nada mudou em Santa Maria da Feira, depois das eleições autárquicas de 26 de setembro. Para a Câmara Municipal, ainda que com uma descida na percentagem de votos relativamente a 2017, o Município continua a ser um dos únicos (agora) 25 (eram 32 antes das últimas autárquicas) que nunca mudaram de cor política, ou seja, o PSD voltou a ganhar e Emídio Sousa prepara-se para iniciar um terceiro e último mandato. O PS voltou a ser o grande derrotado (com Márcio Correia à cabeça), caiu ainda mais e obteve o pior resultado do século.
Aliás, curiosamente, todos os partidos que já tinham apresentado candidatos em 2017 baixaram agora de votações. Esses votos foram distribuídos pelos partidos em estreia, Chega, Iniciativa Liberal e PAN, e pela… (alta) abstenção.
Na Assembleia Municipal, novo rosto, a mesma cor política. Também com uma margem larga sobre o PS da deputada Susana Correia, o PSD venceu e Carlos Jorge Oliveira substitui Amadeu Albergaria (passa para vice-presidente da Câmara Municipal) à frente do órgão deliberativo do município da Feira.
Dizemos “praticamente” nada mudou porque da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, chegou-nos a surpresa da noite eleitoral, com David Neves (que o CF entrevista nesta edição), do PS, a tirar a assembleia de freguesia ao PSD.
Mas Emídio Sousa e o PSD podem vir a ter outra ‘espinha encravada’ destas eleições: Fiães. O presidente da Junta de Freguesia, António Valdemar Ribeiro (PSD) voltou a vencer, mas perdeu a maioria e precisa da esquerda para governar. Também nesta edição, procuramos antecipar cenários para a cidade de Fiães.
Portanto, tirando estas duas freguesias, para já, praticamente tudo na mesma no Concelho. Resta saber se Emídio Sousa terminará o último mandato ou se se prepara para outros ‘voos’ — os rumores adensam-se e o povo costuma dizer que ‘onde há fumo, há fogo’. O Conselho Nacional do PSD, já a 14 de outubro, onde o atual presidente do partido, Rui Rio, chega com um novo fôlego, fruto dos resultados das autárquicas, para encarar a oposição interna (Paulo Rangel perfila-se agora como principal opositor do atual líder laranja, depois de a anterior, com Luís Montenegro à cabeça, apoiado, entre outros, por Emídio Sousa, parecer ter ficado para trás) pode começar a tirar (ou aumentar) essa dúvida. As diretas no PSD, marcadas para 2022, devem dissipar as dúvidas que restarem.
Para já, uma coisa é certa, os grandes nomes do PSD a participarem ativamente na campanha do PSD Feira para as eleições autárquicas foram Luís Marques Mendes e precisamente o… eurodeputado Paulo Rangel. Na Feira, de Rui Rio, ao longo de toda a campanha, nem sinal…